Um vídeo que circulou pelas redes sociais nesta quarta-feira (15), postado pelo site Metrópoles, mostra uma cena que parece um tanto quanto incompreensível. Quem filma está diante de dois homens, num hall de elevadores do térreo do Palácio do Planalto, em Brasília, ocupado desde 1° de janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Uma das figuras que aguarda a chegada do elevador, sabendo que está sendo filmado e todo sorridente, é o ex-bolsonarista de grosso calibre Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro que durou pouco no cargo após ter se tornado um inimigo improvável e repentino do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda nos primeiros momentos dos mandatos de ambos, eleitos em 2018 e empossados em 2019.
“Pode ser na volta? Na volta eu falo, tá?”, respondeu o ex-chefe do Executivo fluminense no curto vídeo, questionado por repórteres.
Removido do cargo de forma preliminar em 2020 e definitivamente em junho de 2021, após um processo de impeachment julgado por um Tribunal Especial Misto (TEM), Witzel seria uma das últimas pessoas a se imaginar fazendo uma visita ao Palácio do Planalto atualmente. Naturalmente, não havia qualquer encontro com Lula, que estava no Nordeste em agenda oficial.
Mas então, o que fazia Wilson Witzel na sede da chefia do Estado?
Witzel não foi recebido por ninguém no Planalto. Não conversou com qualquer ministro, secretário ou ocupante de cargos dos primeiros escalões. Uma entidade privada que ele apoia marcou um horário para tratar de um projeto com a Secretaria de Comunicação Social, a Secom, mas o ex-governador sequer constava como representante do tal IEJA e, para falar o português claro, deu com a cara na porta.
Veja a nota emitida pela Secom explicando o episódio:
“O Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (IEJA) pediu uma agenda para apresentar um projeto à Secretaria de Comunicação Social (Secom). O ex-governador Wilson Witzel, que é apoiador do Instituto, teve conhecimento da agenda e tentou participar. A presença do ex-governador não estava prevista na agenda. Ele não foi recebido por ninguém da Secom."
Confira o vídeo com a presença de Witzel no Palácio do Planalto: