ENCONTRO POLÊMICO

Vice-presidente do PT posta foto com general Pazuello, tido como genocida pela esquerda

Petista pregou "diálogo" e disse que quer construir "ponte com os militares" ao se reunir com o bolsonarista, acusado pela CPI da Covid de ter cometido crimes contra a humanidade

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O deputado federal e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá (RJ), casou polêmica ao divulgar através das redes sociais, nesta terça-feira (14), uma foto em que aparece sorridente com o bolsonarista Eduardo Pazuello (PL-RJ), general da reserva do Exército e que também é deputado. 

Pazuello foi o ministro da Saúde de Jair Bolsonaro entre maio de 2020 e março de 2021, justamente no período mais crítico da pandemia do coronavírus no Brasil. Sua gestão foi marcada pelo descaso com relação à propagação do vírus, ação desastrosa que deixou Manaus (AM) sem oxigênio, levando centenas de pessoas à morte, e negacionismo científico, se colocando contra as medidas de restrição recomendadas por especialistas

Ao publicar a foto do encontro com o bolsonarista, Quaquá fez questão de dizer que já sabia que receberia críticas. "Estive hoje com o deputado federal General Pazuelo na reunião com o presidente da Petrobras. Resolvi postar a foto nossa mesmo sabendo que intolerantes da direita e da esquerda vão criticar!", escreveu o petista. 

Segundo o deputado, seu objetivo é estabelecer "diálogo" e criar uma "ponte com os militares".

"A tarefa do governo Lula e da figura maior do nosso presidente é unir, pacificar e reconstruir o nosso país! Quanto o diálogo e a política falham sobre a guerra! E a esquerda é dialógica e não intolerante e autoritária! Por isso gostei muito da conversa e do tom do civilizado do General. Quero inclusive com ele criar pontes de diálogo com os militares! Viva a democracia!", prosseguiu.

Confira

Crimes contra a humanidade 

A foto divulgada por Quaquá vem gerando polêmica pois Pazuello, um bolsonarista ferrenho, é tido como "genocida" pela esquerda brasileira, já tendo sido criticado e adjetivado com este termo, inclusive, por dirigentes do PT. 

Pazuello deixou o ministério da Saúde em março de 2021, quando o Brasil contava 279.602 mortes em decorrência da Covid em pouco mais de um ano de pandemia, mas seguiu recebendo salários no governo federal. 

O hoje deputado esteve entre os 11 acusados pela CPI da Covid de terem cometido crimes contra a humanidade durante a pandemia do coronavírus. 

Sob seu comando, a Saúde viu o país adotar medidas esdrúxulas de combate à pandemia, assistiu a centenas de milhares de mortes pela Covid-19 e viveu os horrores da crise do oxigênio em Manaus, em janeiro de 2021, quando pacientes morriam asfixiados porque os hospitais não receberam suprimentos de oxigênio por parte do Ministério encabeçado por Pazuello, que já tinha sido informado sobre o iminente caos que se avizinhavam na capital amazonense.

Assim como Jair Bolsonaro, Pazuello foi acusado de ter cometido crimes contra a humanidade em três modalidades: extermínio, perseguição e outros atos desumanos. O caos em Manaus, a utilização da população como cobaias de um tratamento ineficaz com hidroxicloroquina e a inassistência aos povos indígenas foram os episódios em que a CPI viu conduta delitiva do ex-ministro.