Indignado com mais uma falsa acusação, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, perdeu a paciência e subiu o tom durante a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFC) da Câmara.
A audiência com o ministro foi solicitada por deputados da oposição que, de forma oportunista, querem que Silvio Almeida explique por que sua pasta teria custeado a viagem de Luciane Barbosa Faria, chamada de “Dama do Tráfico”, para agendas relacionadas a órgãos federais em Brasília.
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Durante a audiência, o deputado bolsonarista Marcos Pollon (PL-MS) foi mais do que indelicado, acusando o ministro de ter ligações com o Comando Vermelho.
“É público e notório que o senhor recebeu a ‘Dama do Tráfico’ no seu ministério. E que o seu ministério custeou a vinda dela aqui. O senhor, como advogado, tinha relações anteriores com o Comando Vermelho ou essas relações só se deram após a sua posse como ministro?”, insinuou Pollon.
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Silvio Almeida, demonstrando as habituais elegância e educação, respondeu com calma: “Bom, pra começo de conversa, eu expliquei quais foram as circunstâncias em que se deu a indicação dessa senhora como membro do comitê estadual de prevenção e combate à tortura. Estou com os documentos aqui, estão à disposição de vossa excelência”, disse.
“Esse encontro nacional foi feito a partir de uma indicação feita pelo estado do Amazonas e o senhor está perguntando sobre minha relação como advogado a uma organização criminosa notoriamente conhecida. Me parece que o que o senhor está fazendo agora é uma insinuação difamatória e caluniosa”, acrescentou o ministro.
“Então, eu gostaria que o senhor esclarecesse isso para que, se for o caso, falo com muita tranquilidade, deputado, o senhor sabe que eu o respeito, para que eu tome as providências cabíveis”, destacou, já subindo o tom.
O bolsonarista continuou e repetiu a insinuação caluniosa: “Uma pessoa ligada ao Comando Vermelho fez parte de audiências relacionadas ao regime que o senhor defende. Uma pessoa ligada ao Comando Vermelho teve suas passagens custeadas por alguém do regime que o senhor defende. A pergunta é se existia relação com esse grupo criminoso anteriormente ao ministério ou se isso se deu após o ministério. A resposta é muito simples: ‘sim’ ou ‘não’”.
Silvio Almeida, já indignado, rebateu com veemência: “Ao fazer esse tipo de pergunta, o senhor insinua que existe alguma ligação minha, ou do ministério, ou de alguém do ministério, com o crime organizado. Então, com todos os documentos aqui, com todas as provas que eu coloquei, os documentos estão à disposição, quero dizer ao Brasil, todos os documentos estão à disposição do Brasil para que vejam o que está acontecendo”, ressaltou Silvio Almeida.
“O senhor não pode fazer isso com um homem que é ministro de Estado e pai de família”
Ele, então, completou: “Então, uma vez que o senhor fez esse tipo de pergunta, sendo um advogado experiente, sendo professor de Direito e um homem em quem eu reconheço inteligência desde a primeira vez que nós nos encontramos, o senhor sabe muito bem que esse tipo de pergunta traz embutida uma insinuação que eu vou dizer que é criminosa e eu vou tomar as providências cabíveis, porque o senhor não pode fazer isso com um homem que é ministro de Estado e pai de família como eu sou”, completou.