CLÃ BOLSONARO

Léo Índio, sobrinho de Bolsonaro, ironiza ação da PF com funk gospel

Sobrinho de Jair Bolsonaro foi alvo pela segunda vez da operação Lesa Pátria. Ele é investigado por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Léo Índio em publicação nas redes sociais.Créditos: Instagram / Léo Índio
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Alvo pela segunda vez da operação Lesa Pátria da Polícia Federal (PF), que investiga os crimes cometidos pelos golpistas no 8 de Janeiro, Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, reagiu de forma irônica após o cumprimento do mandado de busca e apreensão executado pelos investigadores.

Na operação, desencadeada nesta terça-feira (25), a PF executou 5 mandados de prisão  e 13 mandados de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e Brasília (DF).

Léo Índio foi incluído na investigação sobre os atos golpistas em abril pela Procuradoria-Geral da República. Ele já havia sido alvo de uma das primeiras fases da operação Lesa Pátria, no dia 27 de janeiro, por divulgar nas redes sociais uma foto em frente ao Congresso Nacional pouco antes do início das depredações, que atingiram ainda o Palácio do Planalto e o edifício-sede do STF.

Na noite desta quarta, o sobrinho de Bolsonaro foi às redes e ironizou a ação da PF com um funk cantado por um pastor. "Fui amparado pela graça, pelo sangue de Jesus, hoje não ando nas trevas, hoje encontrei a luz", diz a letra do funk gospel.

Léo ainda publicou uma foto em que aparece no mar, como se estivesse meditando e mostrou que não interrompeu sua rotina de exercícios físicos.

A investigação de Léo Índio, principalmente das mensagens em seu aparelho, celular pode ligar diretamente o clã Bolsonaro aos atos do dia 8 de janeiro.

Assessor de Carlos Bolsonaro

Sem curso superior e profissão definida, Léo Índio disse em depoimento ao STF que era vendedor. Ele realmente vendia calças jeans antes da ascensão do clã na política, quando passou a orbitar principalmente a esfera do primo, Carlos, de quem chegou a ser assessor.

No início do governo Bolsonaro, ele atuava como uma espécie de olheiro do primo Carlos frequentando o Palácio do Planalto sem ter sido nomeado para cargo algum.

Flho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe dos três filhos mais velhos do ex-presidente, Léo Índio foi nomeado em abril de 2019 como assessor no gabinete do do vice-líder no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), com salário de R$ 22 mil.

Ele deixou o cargo em outubro de 2020 quando o senador foi pego em flagrante pela PF (Polícia Federal) com dinheiro nas nádegas. Após a demissão, ele passou a pedir emprego, mas seguiu ajudando o tio presidente.

Em agosto de 2021, ele atuou na arrecadação de dinheiro para viabilizar o ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista, em que Bolsonaro chamou Alexandre de Moraes de "canalha". 

Juntamente com o atual deputado Marcos Gomes, o Zé Trovão, Léo Índio foi articulador do movimento que tinha como "pauta principal" retirar os 11 ministros do Supremo. Um mês depois, ele passou a ser investigado pela atuação.

Léo Índio também atuou como assessor da liderança do PL no Senado, mas foi exonerado por não trabalhar. Ele tentou se eleger deputado distrital em 2022 com a alcunha de Léo Bolsonaro, mas não obteve sucesso, terminando a eleição com 1.801 votos.