Durante a II Guerra Mundial, a França esteve ocupada pela Alemanha nazista por um longo período, de maio de 1940 a dezembro de 1944. O governo do Marechal Petain estava subordinado ao exército de Hitler.
Durante esse longo período e diante dos acontecimentos da guerra, muitos franceses analisaram que aquela situação se perpetuaria. E mesmo os que não pensavam assim, tinham que sobreviver.
Havia uma França resistente, mas havia uma outra para quem a ocupação era apenas mais uma adversidade a suportar.
Especialmente para as mulheres, esses tempos de ocupações sob exércitos inimigos são muito mais complicados que para os homens. Muitas são estupradas e forçadas à prostituição.
Ao final da guerra, vencidos os nazistas, houve uma grande festa no mundo todo. Principalmente na França, que voltou a pertencer aos franceses após a expulsão dos nazistas.
Mas aí, em meio às comemorações, vieram também as vinganças. É o que mostra o filme de curta-metragem Mesmo Que Ela Fosse Criminosa... (Eût-elle été criminelle...) que trouxe para compartilhar com vocês.
Eût-elle été criminelle...
Não deixe de ver este documentário do diretor francês Jean-Gabriel Périot, que recebeu vários prêmios internacionais. Participou também do Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, em 2006, e da Mostra Internacional Minas, onde recebeu os prêmios de Melhor Diretor Internacional – Prêmio do Júri Oficial, para Jean-Gabriel Périot, Melhor Montagem Internacional – Prêmio do Júri Oficial e Melhor Som Internacional – Prêmio do Júri Oficial.
É um monumento à estupidez humana, à mesquinharia, à pequenez, à covardia. Repare nos rostos das mulheres agredidas e humilhadas e nas expressões alegres e dissimuladas dos que deveriam apenas estar comemorando a vida, o fim da ocupação nazista.
Como diz o título, ainda que fossem criminosas, o tratamento que lhes foi dispensado (repare num covarde que esbofeteia uma das mulheres, pouco depois do quarto minuto) mostra que os nazistas saíram, mas o nazismo ficou.
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