TERROR BOLSONARISTA

Advogados darão ultimato a Múcio e podem acionar a Justiça para tirar golpistas de frente dos quartéis

Grupo Prerrogativas, que apoia Lula desde o lawfare da Lava Jato, quer desmobilização de apoiadores de Bolsonaro que incitam "o ódio, numa tentativa clara de estimular um golpe militar, o que é intolerável".

José Múcio e Lula.Créditos: TCU / Ricardo Stuckert
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Advogados do grupo Prerrogativas, que apoiaram Lula durante a campanha e em todo o processo de lawfare conduzido pela Lava Jato, darão um ultimato ao ministro de Defesa, José Múcio Monteiro, para que ele ordene o desmonte dos acampamentos e a retirada dos golpistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) da frente dos quartéis-generais.

Segundo Marco Aurélio Carvalho, um dos coordenadores do grupo, o Prerrogativas terá uma conversa com Múcio para pedir a retirada. Caso o ministro se recuse a dar a ordem aos militares, o Prerrô entrará com uma ação na Justiça pedindo a desocupação das áreas públicas.

"Primeiro vamos ter um diálogo com ele, claro", disse Carvalho à Fórum.

Segundo o advogado, os golpistas não estão ali fazendo protesto por direitos ou contra a fome, mas "incitando o ódio, numa tentativa clara de estimular um golpe militar, o que é intolerável".

A inação de Múcio diante dos golpistas já gerou mal-estar antes mesmo de Lula (PT) assumir o governo.

Após os atos terroristas promovidos no dia da diplomação, em 12 de dezembro, Múcio contrariou o então futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, que defendia a desmobilização dos acampados antes mesmo da posse.

Múcio, que dias antes havia chamado Bolsonaro de "democrata" em entrevista à CNN, defendeu que não houvesse repressão pois os golpistas deixariam os acampamentos espontaneamente, o que não ocorreu até esta quarta-feira (4), embora tenha havido uma debandada após a posse.