A Polícia Federal (PF) solicitou, nesta terça-feira (31), a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para colher o depoimento de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro.
O objetivo é entender o que o político bolsonarista quis dizer quando se referiu à minuta golpista encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Ele declarou que havia documentos iguais “na casa de todo mundo”.
Durante entrevista ao Globo, Costa Neto afirmou: “Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam’”.
Em outros trechos da entrevista, Costa Neto declarou: “Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava [o papel] no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar”.
“O Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer. Agora, vão prendê-lo por causa disso?”, acrescentou.
Após repercussão da entrevista, Costa Neto tenta remediar o estrago
Depois de algumas horas da publicação da entrevista, o presidente do PL recuou e declarou que se tratava de uma “metáfora”.
“Porque isso era um negócio que corria dentro do governo, o pessoal comentando: ‘Olha, recebi uma proposta aqui’. Eu recebia e moía. O Anderson não fez isso. Deve ter acontecido com ele”, disse à CNN Brasil.
“Por tratar-se de Inquérito Policial em trâmite no Supremo Tribunal Federal, submeto à Vossa Excelência para deliberação quanto autorização para se realizar a oitiva do Sr. Valdemar Costa Neto em relação aos fatos apurados na presente investigação”, destacou o delegado Raphael Soares Astini, no ofício encaminhado a Moraes, segundo o UOL.