A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), através de sua assessoria de imprensa - já que está com as contas suspensas nas redes sociais -, divulgou na tarde desta terça-feira (3) uma nota e um vídeo em que se pronuncia sobre o mandado de busca e apreensão que foi alvo.
Mais cedo, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal realizou busca e apreensão de mais três armas em dois endereços da parlamentar bolsonarista. Em 20 de dezembro, o magistrado já havia suspendido o porte de arma de Zambelli e determinado a apreensão de uma dessas armas - no caso, uma Taurus de calibre 9mm.
A radical de extrema direita é alvo de uma investigação no STF que apura sua conduta no dia 29 de outubro, véspera do segundo turno da eleição presidencial, quando sacou uma pistola e, armada, perseguiu um homem negro no meio da rua em São Paulo (SP) por mera discussão política.
Depois que Zambelli entregou uma primeira arma, entretanto, a Polícia Federal, ao realizar o cancelamento do porte da deputada, descobriu que a autorização era para uma arma diferente da que foi repassada. Com isso, os investigadores notaram que havia indícios de que a parlamentar possuía mais armas e comunicou ao STF. Diante da revelação da PF, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu a apreensão das outras armas.
No vídeo em que comenta a apreensão de suas outras armas, Zambelli aparece com o semblante abatido, se dizendo "frustrada" com a ação e detalhando o arsenal que tinha sob sua posse.
"Apesar de ter entregue espontaneamente minha G3C 9 mm, levaram também minha 380 Taurus, uma Ruger 9 mm e uma arma de coleção 38 que eu tinha", revelou.
Em seu pronunciamento, Zambelli citou o que ela classificou como "patriotas presos injustamente" e pediu apoio de seus eleitores, os convocando a "não desistir do Brasil".
Além do vídeo, Carla Zambelli divulgou uma nota em que diz que, sem suas armas, ficaria "desprotegida" e imputando culpa ao ministro Gilmar Mendes caso algo lhe aconteça. "Caso qualquer atentado à vida da Deputada, agora desprotegida, aconteça, já sabemos o responsável", diz um trecho do comunicado.
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Processada por perseguição armada em São Paulo
Zambelli foi processada pelo jornalista Luan Araujo por ameaça, racismo, perigo para a vida e constrangimento mediante arma de fogo. A petição foi protocolada junto ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e refere-se ao episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições, próximo da Avenida Paulista, onde eleitores petistas se reuniam na presença do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, a deputada serviu-se de um grupo armado para perseguir Luan pelas ruas de São Paulo após ter sido chamada de "espanhola".
Os advogados do jornalista querem acesso às câmeras de segurança dos prédios localizados em volta do local da ocorrência. A ideia é ter mais elementos para apontar os crimes cometidos, como por exemplo o disparo feito contra Luan que, por sorte, errou o alvo. De costas, a vítima não conseguiu identificar o atirador. No mesmo dia, um segurança de Zambelli foi preso por conta do disparo, mas acabou solto horas depois mediante fiança.
Enquadrada pelo STF, Carla Zambelli entrega arma à Polícia Federal
No último dia 20, Gilmar Mendes, ao atender um pedido da Procuradoria-Geral da República, suspendeu o porte de arma de Carla Zambelli e determinou que ela a entregasse à Polícia Federal (PF).
Por meio de um parente, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), entregou a sua arma para a Polícia Federal. A entrega aconteceu nesta terça-feira (27).
A condenação de Carla Zambelli ocorreu após, no dia da realização do segundo turno da eleição 2022, perseguir com a arma em punho um homem pelas ruas dos Jardins, bairro localizado na cidade de São Paulo.
O caso de Carla Zambelli envolve supostos crimes de porte ilegal de arma de fogo e uso ostensivo, o que viola o decreto de 2019 sobre o tema.
Para o ministro Gilmar Mendes "há indícios de uso de arma para além dos limites da autorização de legítima defesa".