O Partido Liberal (PL), legenda que abrigou Jair Bolsonaro na sua tentativa de se reeleger à Presidência da República, já anda rachado, uma vez que parte da sigla quer seguir a vida dentro do fisiologismo habitual existente desde sua fundação, enquanto outros integrantes querem manter-se fiéis aos ideários incendiários da extrema direita, dando amparo ao agora desempregado ex-presidente. No entanto, uma figura do PL está deixando não só Bolsonaro e os bolsonaristas de cabelo em pé, mas também a direção do partido: o ex-craque e senador, reeleito para mais oito anos de mandato, Romário (PL-RJ).
Com a maior bancada do Senado Federal, o PL tem 13 senadores e está numa empreitada quase impossível de realizar, para manter sua influência e seu parcial bolsonarismo aceso, que é conseguir 41 votos para eleger Rogério Marinho (PL-RN) para a Presidência da Casa, evitando que o governo Lula tenha um “aliado” no comando do Senado. No entanto, o que já era bem difícil está se tornando quase impossível por causa do ‘Baixinho’.
Romário foi reeleito com dificuldades no Rio de Janeiro, tudo porque Jair Bolsonaro resolveu apoiar publicamente o politicamente moribundo Daniel Silveira (PTB-RJ), o ex-deputado cassado por sua truculência e violência, que ainda teve os 19% de votos conseguidos anulados pelo TRE-RJ. Ao negar apoio ao candidato do próprio partido, no caso, Romário, e abraçar a aventura tosca de apoiar Silveira, o ex-presidente da República despertou a fúria do atacante-senador, inclusive quase condenando sua vitória para um segundo mandato.
Agora, Romário não quer ouvir sequer o nome de Bolsonaro e diz que não apoiará Marinho em sua tentativa de vencer Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na corrida pela Presidência do Senado Federal. Pior, a dissidência de ex-craque pode abrir novas rachaduras no PL, já que outros senadores podem votar contrariamente à orientação da sigla, até porque a votação para eleger o chefe daquele parlamento é fechada.