O visto de chefe de Estado com o qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou nos EUA, para onde fugiu antes mesmo do término de seu mandato, expirará na próxima segunda-feira (30). Embora ele não ocupe mais o cargo de mandatário nacional, durante 30 dias ele permaneceu em solo norte-americano de for legal, já que esse é período que esse tipo de permissão diplomática dá a quem o utiliza. Agora, as coisas podem começar a se complicar para o líder de extrema direita brasileiro.
O que se sabe é que Bolsonaro tem também visto de turista e que sua esposa, Michelle, teria dado entrada no pedido de um visto idêntico no consulado dos EUA em Brasília, ainda que não seja possível saber se ela já tem o documento em mãos. Se ela também estiver de posse dessa autorização de entrada mais comum, usada pela maioria dos brasileiros que entram naquele país, os dois terão que pedir uma mudança no status de seus vistos, ou seja, solicitarão que o visto usado para permanecerem no país seja trocado, passando a considerar o de turismo.
Essa troca exige um tempo e enquanto não for autorizada e devidamente validada o casal estará em situação totalmente legal, sem ter qualquer problema com as autoridades de imigração. Após ser concedida a troca de status por meio da mudança no tipo do visto, que será o de turismo, tanto Jair quanto Michelle serão informados de quanto tempo é a permissão de estadia nos EUA. O padrão, em geral, é de seis meses, que pode ser prorrogado em alguns casos por mais seis meses, ainda que em muitas situações o oficial de imigração dê um período menor do que seis meses para uma pessoa ficar por lá legalmente. Se não sair do território dos EUA no prazo estipulado, automaticamente o visto é anulado e o cidadão estrangeiro pode inclusive ser impedido de regressar à nação norte-americana para sempre.
Ainda não se sabe que tipo de decisão “por baixo dos panos” pode ser tomado pelo governo de Joe Biden em relação ao visto que será dado ao ex-presidente brasileiro, já que há muita pressão política para que Bolsonaro saia logo dos EUA, exercida inclusive por parlamentares. O que está claro é que Biden quer o extremista reacionário fora da terra do Tio Sam o mais breve possível, evitando assim embaraços por manter dentro de suas fronteiras um sujeito que enfrentará uma série de processos judiciais, das mais diversas naturezas.