A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, celebrou a demissão de 43 militares bolsonaristas, que ocupavam as funções de chefes regionais e nacionais da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além de 11 gestores distritais de Saúde Indígena da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde. Ela afirmou que todos “já vão tarde”.
Em meio à tragédia humanitária que atinge os Yanomamis, com dezenas de crianças hospitalizadas, as demissões dos 43 chefes da Funai representam mais uma “limpeza” feita pelo governo Lula (PT) no legado deixado por Jair Bolsonaro (PL). Todos eram militares de carreira nomeados pelo delegado Marcelo Xavier, homem de confiança do ex-presidente.
“Quando a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil nos convocou para aldear a política brasileira, este chamado também incluía ocupar órgãos como a Funai e a Sesai, tão estratégicos ao movimento indígena”, declarou Sonia, de acordo com a coluna Maquiavel, na Veja.
“Por isso, afirmo com convicção que estes funcionários foram tardiamente exonerados, uma vez que todos eles tinham uma orientação totalmente contrária à missão da Funai, que é garantir e proteger nossos direitos”, acrescentou a ministra.
“Agora, as indicações e nomeações serão alinhadas aos objetivos das organizações indígenas e teremos a confiança de ter pessoas que trabalham, verdadeiramente, pela proteção e promoção dos direitos indígenas”, completou Sonia.
Veja principais causas de internação de crianças Yanomamis
A Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista divulgou a informação que 47 crianças Yanomamis estão internadas no Hospital da Criança da capital de Roraima. Trata-se da única unidade de saúde que atende casos pediátricos de média e alta complexidade no estado.
Das 47 internações, 29 deram entrada no hospital na última semana. A situação dos indígenas caracteriza uma tragédia humanitária.
As principais doenças responsáveis pelas internações são: diarreia, doença gastrointestinal aguda, desnutrição grave, pneumonia, malária e acidentes com cobras.