O jurista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirmou durante o programa Fórum Onze e Meia desta terça-feira (24), que alguns bolsonaristas envolvidos nas invasões dos palácios dos três poderes, no domingo (8), em Brasília, podem pegar até 20 anos de prisão.
Para ele, hoje, a pacificação do país passa pela punição dos golpistas. “Eu acho que nós estamos vendo o país fortalecido. Muito difícil ainda, não ganhamos nada, mas estamos dando passos que, – a subida da rampa e a descida da rampa em nove dias foi algo muito significativo – e eu penso que a sociedade brasileira está atenta”, afirmou.
Te podría interesar
Kakai disse ainda ter visto muita gente que é simpática ao Bolsonaro que está estupefata com o que aconteceu. “Pessoas falavam assim: ‘mas como falar em terrorismo?’ Eu respondo: ‘não, não é pra enquadrar na lei do terrorismo de 2016, que é uma lei restrita’. O terrorismo, na acepção que a ONU aceita como terrorismo, aquilo foi um ato terrorista. E você tem que usar a lei do Estado democrático de direito”, definiu.
20 anos de cadeia
“O que pra minha formação de humanista é triste, é que algumas dessas pessoas não têm escapatória, vão pegar 20 anos de cadeia. Algumas pessoas que eu estou acompanhando, que peço cópia e leio, estão sendo acusadas por crimes com penas altíssimas. E com uma materialidade óbvia e uma individuação da conduta que você não tem muito como deixar de reconhecer. Estou falando tecnicamente, como advogado”, alertou.
Te podría interesar
Kakai disse ainda não ter dúvidas que uma parte grande dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro serão punidos por uma quantidade de anos exemplar. “Há uma possibilidade real. Eu fui procurado por um político de Minas Gerais que estava lá e me disse que jamais imaginou que estaria cometendo um golpe de Estado. Ele jamais imaginou que seria preso. Alguém que invade o Supremo Tribunal Federal (STF), que depreda violentamente a instituição, alguém que facilita a entrada no Palácio do Planalto, que entra no Congresso Nacional, isso é de uma gravidade ímpar”, exclama.
“Não é uma manifestação que você passa por um excesso. Não, ali foi uma coisa coordenada. Por isso que tinha que haver intervenção no governo do Distrito Federal (DF)”, encerrou.