Fora do poder, sem condições de usar o cartão corporativo do Planalto e em pé de guerra com Valdemar da Costa Neto, que declarou que só irá pagar salários a Bolsonaro mediante sua volta ao Brasil, o ex-presidente parece ter dado um jeito para bancar sua estadia na Flórida (EUA) e, de quebra, não retornar para o país onde é investigado pelo Supremo Tribunal Federal como um dos mentores dos ataques que seus apoiadores realizaram contra as sedes dos três poderes, em Brasília, no último dia 8 de janeiro.
De acordo com artigo publicado na Folha de S. Paulo por Alvaro Costa e Silva, Bolsonaro fechou um contrato nos Estados Unidos para dar seis palestras sobre política no valor de US$ 10 mil cada uma, além de um outro contrato para a redação de um livro de memórias.
O autor aponta em seguida os absurdos que envolvem os novos ‘empregos’ de Jair. “Desastre vocal que não consegue completar uma frase, palestrante?”, questionou o jornalista. Além disso, Costa e Silva também lembrou que o novo “escritor” se orgulha de haver aberto um clube de tiro por dia no Brasil enquanto o país fechava bibliotecas.
Por mais absurdo que possa parecer o fato de Bolsonaro dar palestras ou escrever livros, a realidade é que as novas práticas podem realmente mantê-lo fora do Brasil. Bolsonaro é festejado como uma importante figura para a extrema direita internacional pela sua inserção na política brasileira que, ao longo dos últimos quatro anos, de certa maneira "normalizou" extremistas de direita como uma força política no país.
*Com informações da Folha.