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Múcio diz não à “desbolsonarização” da Defesa e justificativa gera revolta

Ministro reluta e não quer de forma alguma retirar bolsonaristas de sua pasta, que tem em torno de 800 militares lotados. A sua explicação é o ponto mais inacreditável

Créditos: José Cruz/Agência Brasil
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O ministro da Defesa, José Múcio, estaria numa posição totalmente contrária à “desbolsonarização” de sua pasta, quando instado sobre a necessidade de remover dos cargos os adoradores do ex-presidente da República de extrema direita. No Ministério da Defesa há aproximadamente 800 militares em seus quadros, a maior parte alinhada à ideologia radical.

Enquanto o Palácio do Planalto faz uma verdadeira faxina no GSI e em outros órgãos da Presidência da República para limpar esses locais dos militares golpistas, suspeitos até a medula de participarem da sublevação e da sedição que irromperam em Brasília no dia 8 deste mês, com atos terroristas visando a um golpe de Estado, Múcio deu uma justificativa completamente contrária às ações do novo governo para tentar manter esses personagens empregados na Defesa. As informações são da coluna do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles.

Para ele, que vem enfrentando um processo de fritura total por outros segmentos do governo Lula, por conta de seu posicionamento classificado por interlocutores como “frouxo” e “condescendente com golpistas”, retirar esses militares bolsonaristas de seus cargos na pasta “soaria como uma interferência do governo na gestão das Forças Armadas”, evocando uma suposta “autonomia”. Vale lembrar que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica são subordinadas ao poder Executivo e fazem parte de uma burocracia do Estado, totalmente diferente do Ministério Público, por exemplo, que se mantém de forma autônoma por princípio legal e por razões óbvias.

Múcio pretende, então, manter a estrutura o organograma atuais do Ministério da Defesa “intactos”, sem que esses bolsonaristas fardados sejam removidos de seus postos.