TERRORISMO

Filha de militar, estudante de medicina da USP passou Réveillon com golpistas de quartel

Roberta Jérsyka Oliveira Brasil Soares, que frequentava o acampamento bolsonarista em SP, está na lista de presos por participar dos atos terroristas em Brasília

Envolvidos nos atos terroristas seguem presos.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Filha de um segundo-tenente do Exército, já falecido, a estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP), Roberta Jérsyka Oliveira Brasil Soares, de 35 anos, está na lista de presos por ter participado dos atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília.

Conforme postagens nas redes sociais, Roberta frequentava o acampamento golpista em frente a um quartel do Exército, na região do Ibirapuera, em São Paulo. Foi neste local que ela passou o Réveillon, participando de uma ceia servida pelos bolsonaristas.

Roberta é formada em engenharia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde residia antes de se transferir para São Paulo, de acordo com o UOL.

Desde setembro de 2022, quase todas suas postagens nas redes sociais eram a respeito de política, inclusive, uma delas sobre o presidente Lula (PT), que foi classificada pela plataforma como fake news.

A última publicação da estudante foi dois dias antes dos atos terroristas, quando completou 35 anos. Ela estava em um ato golpista, que bloqueou um trecho da Avenida 23 de Maio, na capital paulista.

A estudante fez uma postagem no dia do segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Ela lamentou a derrota de Jair Bolsonaro (PL) e declarou, em um vídeo, que a direita se uniria para dar um “recado”.

“Que pena que o Brasil perdeu essa grande oportunidade, mas de forma alguma eu vou desejar mal para meu país, de forma alguma vou desejar que as pessoas que votaram ou que torceram para o mal do nosso país antes que se deem mal agora, porque somos um só povo. Essa eleição mostrou que realmente nossa sociedade está doente e a direita não vai agora ser desunida. A direita se levantou, e eu me sinto orgulhosa de ter sido corajosa no meio da universidade. Agora a gente vai se unir e vai dar nosso recado”, disse.

Roberta está presa - Foto: Reprodução

Estudante afirmava que manifestações golpistas eram pacíficas

Roberta costumava afirmar que as manifestações golpistas contra o resultado das eleições de 2022 eram pacíficas.

“Essas pessoas não são desocupadas, elas estão abrindo mão de suas vidas porque sabem que esse momento é crucial, temos pouco tempo, elas, em que eu me incluo, estão lutando pelo país nosso e de vocês! Você vai esperar e ficar em casa? Sua presença é mais importante do que qualquer coisa”, publicou Roberta.