Preocupados com o teor do documento, os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentam dissuadir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de manter a famosa minuta golpista de Anderson Torres em ação que investiga a campanha bolsonarista à reeleição. A minuta foi incluída nos autos a pedido do PDT na última segunda-feira (16) pelo ministro Benedito Gonçalves, do TSE, que também acumula a função de corregedor-geral da Justiça Eleitoral.
O documento previa a decretação de um estado de defesa, com intervenção do poder Executivo no TSE e o claro objetivo se alterar os resultados eleitorais. A minuta golpista foi encontrada na casa do ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, durante operação de busca e apreensão autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dias antes da sua prisão.
Torres foi preso no último sábado (14) no aeroporto de Brasília, logo que chegou ao Brasil. Ele se encontrava nos Estados Unidos em viagem de férias e alegou, na ocasião da apreensão da minuta, que se tratava de um documento que iria para descarte.
A comprometedora minuta golpista, que previa uma suposta intervenção na mesma Corte que agora investiga e julga possíveis crimes eleitorais de Bolsonaro, tira o sono da sua defesa. Os advogados do ex-presidente querem, de toda forma, que o documento não seja levado em consideração nos autos.
Em resposta ao TSE, os advogados de Bolsonaro, liderados por Tarcisio Vieira de Carvalho, afirmaram que a minuta golpista seria um “documento apócrifo, impertinente e sem qualquer conexão com o processo”. Dessa maneira, pediram que o ministro Gonçalves reveja a decisão dada a favor do PDT no início da semana. Agora cabe a avaliação do magistrado decidir se mantém ou não a minuta.
*Com informações de O Globo.