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Empresários da Fiesp brigam após confundirem Burle Marx e Karl Marx

“Nata” da elite empresarial, profundamente bolsonarizada, removeu Josué Gomes do cargo de presidente da entidade por sua proximidade com o PT

Burle Marx e Karl Marx, confundidos na Fiesp.Créditos: Google Imagens
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A psicose bolsonarista ultrarreacionária que acomete boa parte das instituições públicas e privadas do Brasil também se instalou no principal órgão empresarial do país, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), só que isso não é novidade para ninguém.

Josué Gomes, até poucos dias o presidente da Fiesp, foi removido do cargo num processo sumário por conta de suas posições políticas, num ‘clube’ infestado de bolsonaristas radicais. Ele é filho do ex-vice-presidente de Lula (PT) em seus dois primeiros mandatos, José Alencar, falecido em 2011.

Para retratar melhor o nível intelectual da ‘nata’ da elite empresarial paulista, admiradora do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL), o jornal diário O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem mostrando que os ânimos andam tão acirrados na Fiesp que até uma crise motivada por uma interpretação absurda e equivocada de duas figuras históricas completamente distintas se instalou entre os conselheiros bolsonaristas.

Em outubro de 2022, após uma projeção sobre a antiga sede do Ministério da Saúde e Educação, no Rio de Janeiro, mostrando o terraço do local, idealizado pelo artista, arquiteto e paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), que foi então apresentada no prédio sede da Fiesp, na Avenida Paulista, fez com que o caos se instalasse entre os empresários bolsonaristas do órgão.

Eles diziam que a imagem mostrada na Fiesp, sobre o local do Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, mostraria uma espécie de onda vermelha se sobrepondo à bandeira nacional, e que aquilo só poderia ser coisa mesmo de Burle Marx, naturalmente confundindo o brasileiro com o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), autor do Manifesto Comunista.

O pandemônio não teria sido pouca coisa e os desdobramentos do episódio ridículo se estenderam por algum tempo, inclusive piorando o ambiente em relação à perseguição sofrida pelo seu então presidente, Josué Gomes.