Os primeiros sigilos da gestão de Jair Bolsonaro (PL) levantados pelo governo Lula (PT), como o do uso do cartão corporativo, já vêm causando problemas para o líder de extrema direita que abandonou o Brasil ainda no curso de seu mandato para se refugiar nos EUA, mas uma dessas informações, que possivelmente será a próxima a se tornar pública, está causando um terremoto entre os militares.
De acordo com fontes do Palácio do Planalto, a divulgação do teor do processo administrativo aberto pelo Exército contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ), que é deputado eleito e general, por conta de uma participação política num palanque ao lado do ex-presidente, em 2021, quando era integrante da ativa das Forças Armadas, está deixando os militares do Alto-Comando do Exército de cabelo em pé.
A decisão pela liberação, que deve ocorrer ainda este mês, depende da Controladoria-Geral da União (CGU), que deve dar sinal positivo para que os documentos se tornem públicos. Existe também um recurso impetrado por um cidadão comum que, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), exige a liberação dos autos.
Um militar, especialmente um general, participar de um ato político é considerado um crime grave estaria passível até de punição máxima, como a destituição do cargo. O problema é que o Exército, presume-se, fez malabarismo jurídicos para não aplicar penalidades a Pazuello, já que à época fora apenas informado que ele “não tinha feito nada de errado”, o que acarretou numa espécie de arquivamento do processo, sem qualquer punição, um verdadeiro absurdo para juristas especialistas na legislação que rege a caserna.