REPRESENTATIVIDADE

VÍDEOS: Festa, dança e emoção em posse histórica de Sonia Guajajara e Anielle Franco

“O Brasil do futuro precisa dos povos indígenas”, disse Sonia. Anielle destacou que desde a morte de Marielle “tenho dedicado cada minuto da minha vida a lutar por justiça”

Sonia e Anielle estão fazendo história.Créditos: Reprodução
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As posses históricas das ativistas Sonia Guajajara, no Ministério dos Povos Indígenas, e de Anielle Franco, na pasta da Igualdade Racial, nesta quarta-feira (11), proporcionaram momentos de muita festa, dança e emoção.

Veja trechos do discurso de Sonia:

“O Brasil do futuro precisa dos povos indígenas".

"Estou aqui para trabalharmos juntos, para acabar com a normalização desse estado inconstitucional que se agravou nos últimos anos".

“Cada indígena vivo representa um guardião climático da terra".

"Ataques covardes e violentos chocantes e aterrorizantes como esses que vimos em Brasília. Não iremos nos render. Símbolo da resistência secular, preta e indígena".

"Não vão destruir nossa democracia. Sonia e Anielle convocam todas as mulheres que nunca mais vamos permitir outro golpe em nosso país. Não estou aqui sozinha, estou com a força de nossa ancestralidade".

"Precisamos voltar a pensar políticas de educação para os indígenas, valorizando identidades plurais, formando professores indígenas, ampliando acesso ao ensino superior". 

"Uma indígena é plenamente capaz de construir com a reconstrução da democracia. O futuro do planeta é ancestral. A invisibilidade secular é fruto do racismo, de uma democracia de baixa representatividade".

Veja trechos do discurso de Anielle:

“Desde o dia 14 de março de 2018, dia em que tiraram Marielle da minha família e da sociedade brasileira, tenho dedicado cada minuto da minha vida a lutar por justiça, defender a memória, multiplicar o legado e regar as sementes de minha irmã. Nesse caminho fundamos o Instituto Marielle Franco, organização que se tornou referência no combate à violência política de gênero e raça e na defesa de direitos de mulheres negras, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas”.

“Os dias desde o golpe contra a presidenta Dilma têm sido difíceis, em especial depois de 2018. Tenho certeza que para todas que estão aqui. Mas em meio a uma política de morte, nossa resposta foi a luta pela vida”.

“Luta essa que nos trouxe até aquele 1º de janeiro deste ano quando, finalmente, o povo brasileiro subiu a rampa deste palácio, em um gesto marcante que emocionou o mundo inteiro pois passou um recado: quando nosso presidente Lula recebeu a faixa presidencial do povo, colocada por uma mulher negra periférica, mostrou que o caminho para o Brasil do futuro será sim liderado por aqueles e aquelas que há séculos resistem ao projeto violento que fundou esse país”.

“A cerimônia de hoje guarda um simbolismo muito especial. Depois dos atentados sofridos por esta casa e pelo povo brasileiro no último domingo, pisamos aqui em sinal de resistência a toda e qualquer tentativa de atacar as instituições e a nossa democracia. O fascismo, assim como o racismo, é um mal a ser combatido em nossa sociedade”.

“Precisamos identificar e responsabilizar quem insiste em manter esta política de morte e encarceramento da nossa juventude negra, comprovadamente falida. Assim como estamos identificando e responsabilizando quem executou, provocou e financiou a barbárie que assistimos no último domingo”.