O MENTOR

Bolsonaro posta vídeo golpista enquanto seus apoiadores planejam novos atos de terrorismo

Ex-presidente, que está nos EUA, desafia Justiça brasileira, não reconhece vitória eleitoral de Lula e endossa o golpismo

Jair Bolsonaro faz nova postagem golpista.Créditos: Flickr Família Bolsonaro
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O ex-presidente Jair Bolsonaro, que está nos EUA desde 31 de dezembro, quando fugiu do país às vésperas da posse do presidente Lula (PT) e de perder o foro privilegiado, voltou a questionar o resultado da eleição em que saiu derrotado e endossar o golpismo

O radical de extrema direita publicou em seu Facebook, na noite desta terça-feira (11), um vídeo em que o procurador bolsonarista Felipe Gimenez afirma que "Lula não foi eleito, mas escolhido pelo STF e TSE".

Trata-se de uma fake news, já que a vitória de Lula foi atestada até mesmo por relatório de militares após a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e observadores internacionais. Chefes de Estado de todo o mundo reconhecem o resultado que deu vitória ao petista, que foi diplomado, tomou posse e está governando. 

A postagem de Bolsonaro, que desafia a Justiça brasileira, já que há inúmeras ações coibindo a divulgação de fake news, também é um endosso ao golpismo de seus apoiadores. Isso porque o vídeo em questão foi divulgado apenas 2 dias após o levante terrorista de bolsonaristas em Brasília e enquanto esses radicais planejam novos atos antidemocráticos

Extradição 

Ao fazer a publicação questionando o resultado eleitoral, Bolsonaro reforça que é o mentor dos atos golpistas de terroristas que invadiram as sedes dos Poderes na capital federal no último domingo (8). É exatamente por este motivo que, na segunda-feira (9), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) protocolou uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a Corte obrigue o ex-mandatário a retornar ao Brasil para que seja investigado no inquérito dos atos antidemocráticos. 

"É importante pontuar que o atentado à democracia ocorrido ontem foi resultado do acúmulo das falas golpistas e antidemocráticas de JAIR MESSIAS BOLSONARO, proferidas desde sempre, mesmo antes de sua eleição para a presidência da República, mas, principalmente, durante os quatro anos em que ocupou o Palácio do Planalto", diz Calheiros na ação. 

"Não há dúvidas de que os atos terroristas lamentáveis de ontem foram a colheita da conduta golpista plantada por JAIR MESSIAS BOLSONARO durante toda sua vida pública", prossegue o senador, anexando na representação diversas notícias com falas e atitudes do ex-presidente incentivando a conduta golpista dos radicais. 

Entre as solicitações, Renan Calheiros pede para que o STF intime Bolsonaro a retornar ao Brasil no prazo máximo de 72 horas e que, caso descumpra a ordem de retorno, seja decretada sua prisão preventiva.

O senador exige, ainda, que o ex-presidente preste esclarecimentos sobre a reunião que teve com Anderson Torres em Orlando às vésperas dos atos terroristas. Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e era dele a responsabilidade de coordenar ações da polícia para evitar os atos golpistas. Após os ataques, ele foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha, que também foi afastado de seu posto, por 90 dias, pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.