O ex-presidente Lula (PT), durante comício com aliados em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira (8), subiu o tom contra Jair Bolsonaro (PL) e criticou o fato do presidente ter se apropriado do Dia da Independência, em 7 de setembro, para fazer palanque eleitoral. O petista ainda chamou a atenção para a falta de representatividade no ato bolsonarista de Copacabana, que contou com a presença do presidente, comparando-o com uma "reunião da Ku Klux Klan", em referência ao grupo racista dos Estados Unidos que prega a "supremacia" branca.
"É esse cidadão que ontem roubou do povo brasileiro o direito de comemorar o Dia da Independência, porque ele se apoderou da forma mais vergonhosa, que é um dia de 215 milhões de brasileiros e não dele. Fez da festa do nosso país uma festa pessoal", declarou Lula.
"No ato do Bolsonaro, parecia uma reunião da Ku Klux Klan, só faltou o capuz, porque não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, não tinha trabalhador. O artista principal era o Véio da Havan, que parecia o Louro José", prosseguiu o ex-presidente.
Em seu discurso, Lula ainda prometeu que, se eleito, haverá aumento do salário mínimo acima da inflação anualmente e retomará direitos trabalhistas.
“Sabe quem votou contra os direitos trabalhistas para as empregadas domésticas? O atual Bozo, que é o presidente desse país. Ele votou contra. Porque, para muita gente nesse país, empregada doméstica não merece ser tratada com respeito. Empregada doméstica é tratada como se fosse alguém de segunda categoria”, pontuou.
Representatividade
A falta de representatividade no ato bolsonarista do 7 de setembro em Copacabana foi registrada em levantamento feito pelo Monitor do Debate Político, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), divulgado nesta quinta-feira (8).
Segundo o estudo, a maioria daqueles que compareceram à manifestação é composta por homens (57%), brancos (51%), católicos (44%) e a favor de um golpe militar (69%). A pesquisa mostra, ainda, que a maior parte dos manifestantes recebem de 5 a 10 salários mínimos (25%), enquanto apenas 11% é pertencente à parcela mais pobre da população (até 2 salários mínimos). Além disso, apenas 11% do público presente se autodeclarava como negro.