Durante uma missa, realizada na paróquia São Miguel Arcanjo, em um bairro nobre de Brasília, nesta terça-feira (6), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, esbanjou preconceitos, especialmente contra a comunidade LGBTQIA+.
O general do Exército leu uma passagem da Bíblia discriminatória. “Não vos iludais: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem pederastas, nem ladrões, nem avarentos, nem beberrões, nem insolentes, nem salteadores terão parte no reino de Deus”, afirmou o ministro empolgado.
Como não poderia deixar de ser, Jair Bolsonaro (PL) não ficou de fora do show de horrores e discursou ajoelhado e em pé: “Afastai com a força da Santa Cruz todos os poderes inimigos que ameaçam o povo brasileiro”, disse, sob aplausos e gritos de “mito”, de acordo com reportagem de Matheus Teixeira, na Folha de S.Paulo.
Em seguida, Bolsonaro emendou: "Afastai para longe a peste do comunismo. Peço a Ele que o nosso povo não experimente as dores do comunismo e então rezo o Pai Nosso. E nesse Pai Nosso, peço a Ele mais do que sabedoria. Eu peço forças para resistir e coragem para decidir”, disse Bolsonaro, recorrendo a uma de suas principais obsessões.
O presidente encerrou o comício em plena igreja com o lema que costuma repetir: “Deus, pátria, família e liberdade”. O slogan “Deus, pátria, família” era utilizado pela pela Ação Integralista Brasileira (AIB), organização política criada em 1932 por Plínio Salgado, que se baseava nas teorias do fascismo italiano.
Bolsonaro e parte de seus apoiadores utilizam com frequência expressões e símbolos do integralismo, fascismo ou nazismo.
Padre diz que Brasil é contra comunismo, ideologia de gênero e aborto
Para completar, o padre Jean Marcos, que celebrou a missa, fez um discurso próximo ao de Bolsonaro e disse que o Brasil é contrário ao comunismo, à ideologia de gênero e ao aborto. “Rezemos pela nossa pátria, pelos nossos governantes e pelo nosso presidente”.
Também estiveram presentes à missa a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, general Braga Netto, os ministros Paulo Guedes, Carlos França, Bruno Bianco, Marcelo Queiroga, além do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente.