O candidato do PT ao governo de Santa Catarina, Décio Lima, falou nesta segunda-feira (5) sobre a forte presença de grupos neonazistas em seu estado.
Segundo pesquisa recente da antropóloga Adriana Dias, que é uma das maiores especialistas em neonazismo do país, grupos nazistas cresceram 158% em 18 meses em Santa Catarina. O levantamento mostra que o estado só perde para São Paulo na quantidade dessas células - entre os catarinenses, no entanto, a concentração dos neonazistas é maior, levando em consideração a população dos dois estados.
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Décio Lima tem o desafio de ir para o segundo turno em uma das unidades da federação mais conservadoras do país e que, por hora, dão vitória a Jair Bolsonaro (PL) na corrida pela presidência. Em SC, segundo pesquisa Ipec (antigo Ibope), divulgada nesta segunda-feira (5), o atual presidente tem 50% das intenções de voto, contra 25% de Lula (PT).
Décio, por sua vez, apresentou crescimento considerável na pesquisa Mapa sobre o governo do estado divulgada no domingo (4): ele aparece em terceiro lugar, com 14% das intenções de voto.
Segundo o petista, o que faz o neonazismo ser tão forte em seu estado é "uma banalização do mal". O petista conta que, há 200 anos, Santa Catarina recebeu um grande contingente de imigrantes alemães e italianos, que colonizaram inúmeras cidades. Ele considera que o povo catarinense, diferente do restante do país, ainda está em um processo miscigenação.
"É desafiante o que está acontecendo. Atribuo tudo isso [crescimento de células neonazistas no estado] à impunidade, falta de política de estado, marcos regulatórios na educação. É uma construção que precisamos fazer. Aqui não é terra de nazista, o que há é um desgoverno com situações dessa natureza, há uma desfaçatez, naturalização dessas coisas como se isso não fosse uma vergonha para nós. Temos que resolver isso, é um absurdo", disse Décio Lima em entrevista a jornalistas da mídia alternativa, promovida pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, nesta terça-feira (5), ao responder a uma pergunta feita pela Fórum.
"Aqui, às vezes, se acham desenhos de suástica, é normal. E naturalizam o mal em vez de punir. Vamos ter políticas de governo do ponto de vista de questões humanistas. Estamos permanentemente neste debate. Não há nada de política de estado para combater com o rigor da lei as manifestações nazistas. É uma vergonha. O estado é inoperante, fecha os olhos e acha que não há problema", declarou o petista, que é ex-deputado federal e ex-prefeito de Blumenau.
"Vou ser um governador que vai combater essas manifestações que humanidade já jogou para o lixo da história", prometeu ainda o candidato.
Assista à integra da entrevista