Janja, esposa de Lula, que tem tido protagonismo na campanha eleitoral do marido nos palanques e nos bastidores, agora está também no horário eleitoral gratuito. Com uma fala de 31 segundos dedicada às mulheres, ela foi destaque no horário eleitoral do sábado (3).
“Olá, eu sou a Janja, esposa do Lula”, disse ela na abertura. E prosseguiu, falando às mulheres: “Sabemos das dificuldades que nós, mulheres, enfrentamos atualmente. São milhões de mulheres endividadas para levar alimentos para suas famílias. São mães que perderam suas casas e hoje dormem com seus filhos nas ruas”. Em seguida, convoca: “Mudar essa realidade é uma luta de todas nós. Vamos juntas com Lula.”
Veja:
Na segunda (29), quem estreou no horário eleitoral foi Michelle Bolsonaro com uma fala de 30 segundos. As duas estão sendo vistas crescentemente como trunfos importantes nas campanhas de Lula e Bolsonaro.
Michelle falou às mulheres nordestinas e, sem dizer explicitamente, procurou se apropriar da transposição do rio São Francisco, o que o marido tem feito abertamente, apesar de a obra ter sido realizada basicamente nos governos Lula-Dilma. Bolsonaro fala diretamente com as mulheres nordestinas para a campanha do marido.
Logo no início do vídeo, quando Michelle afirma que “A água chegou no sertão”, entra um card onde se lê: “Transposição do São Francisco tá entregue”. Na sua fala, a primeira-dama afirma ainda: “Trouxe vida, alegria e esperança. A mulher sertaneja que carregava lata d’água na cabeça agora pode usar a sua força para voltar à escola ou para tirar o alimento que está brotando na terra. Tem mais tempo para ficar com a família, com os filhos e viver uma nova vida, um presente para a mulher que merece e deve ser o que ela quiser. Juntas, estamos construindo um Brasil para elas, com elas e por elas.”
Veja:
Essa tentativa de apropriação levou Janja a reagir durante um comício de Lula em São Luís (MA) na sexta-feira (2): “Eles estão compartilhando muita mentira. Eles são tão caras de pau que têm coragem de ir para a televisão e dizer que foram eles que levaram água para as mulheres do sertão nordestino. É muita cara de pau. Então, a gente precisa compartilhar verdades”.
Assista:
Michelle fora do ar
Na quinta-feira, a ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou a exclusão da propaganda com Michelle, a partir de uma reclamação da candidata do MDB, Simone Tebet. Foi uma reclamação técnica e não política.
Na ação, a campanha de Tebet alegou que a gravação é irregular, considerando as regras para apoiadores dos candidatos que aparecem em vídeos de propaganda eleitoral.
"Ao meu olhar, Michelle Bolsonaro qualifica-se tecnicamente como apoiadora do candidato representado, e sua participação, embora claramente legítima, não poderia ter ultrapassado os 25% do tempo da propaganda na modalidade inserção", despachou Bucchianeri.
Michelle reagiu neste sábado, ao participar da campanha de Bolsonaro no Rio Grande do Sul. Num comício, sem citar o nome de Tebet, Michelle fez críticas à candidata: “A perseguição está clara, quando uma mulher fala que tem de votar em mulher. Quando uma mulher fala que ela pode estar onde ela quiser; quando uma mulher fala que ela tem liberdade de expressão, mas que daqui a pouquinho ela entra na Justiça e tenta calar outra mulher”
Como resposta, Tebet disse ao UOL que ninguém está acima da lei. "Homem ou mulher, ninguém está acima da lei. Nada contra a primeira-dama fazer propaganda, mas faça dentro da lei. Aliás, presidência é lugar de exemplo", afirmou.