Um professor do Colégio Militar Tenente Rêgo Barros, de Belém (PA), denunciou através das redes sociais, nesta quarta-feira (21), que recebeu voz de prisão, por parte de um sargento, pelo fato de ter estacionado seu carro com bandeira do PT em uma área externa da unidade de ensino.
Segundo Luiz Carlos Nascimento Aragão, conhecido como Caito, a escola havia o autorizado a estacionar o carro na área externa e assim estava fazendo há um mês. Ele afirma ser alvo de perseguição política, já que no local haveria outros carros com enfeites de outros candidatos e partidos, mas só ele foi abordado pelos militares.
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"Estou sendo preso pelo sargento por, segundo ele, estar desobedecendo [ordens], quando há um carro de propaganda [política] ali estacionado e outros já saíram aqui. Há um mês que estou estacionando aqui e nunca foi proibido, a escola me autorizou. Isso é uma arbitrariedade, é perseguição política porque estou com a bandeira do PT. Se eu não estivesse, não teria esse problema aqui", diz Aragão no vídeo em que faz a denúncia.
O professor não chegou a ser preso. Ele retirou o carro do local após a ordem de prisão e, agora, pretende consultar advogados para saber como agir.
Assista
Outro lado
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que Caito recebeu voz de prisão por desacato pelo fato de não querer tirar a bandeira do carro, já que no local, por ser área militar, não seria permitida propaganda político-partidária. Os militares não esclareceram, entretanto, o motivo pelo qual somente o professor foi abordado, sendo que havia outros carros com propagandas de outros partidos no local.
Confira o comunicado
"O Colégio Tenente Rego Barros esclarece que não houve prisão envolvendo servidor de seu efetivo em razão de manifestação político-partidária, nesta quarta-feira (21/09).
O servidor civil e professor mencionado, ao adentrar no estacionamento da instituição de ensino, considerada área militar, foi advertido pela equipe de serviço que não poderia estacionar nem permanecer no local portando propaganda eleitoral.
Ao insistir contra a impossibilidade de se manter no local e se rebelar contra a orientação, incorreu em desacato a militar, tipificado no artigo 299, do Código Penal Militar, motivo pelo qual inicialmente foi dada a voz de prisão. Após tratativas, o servidor alegou que não sabia que se tratava de área militar e, por fim, retirou o veículo do local.
O cumprimento da legislação vigente sobre manifestação político-partidária no âmbito da Força Aérea Brasileira se aplica a todo efetivo e independe de partido político específico"