VIOLÊNCIA POLÍTICA

Douglas Garcia é processado pelo Estado de São Paulo por agressão a Vera Magalhães

Além da nova ação, o deputado estadual bolsonarista que em 2020 violou a privacidade dos dados de organizadores de atos contra o presidente, enfrenta outras 8 denúncias por quebra de decoro

Douglas Garcia ao lado de Jair Bolsonaro.Créditos: Reprodução / Twitter
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A Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo abriu um processo contra o deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) pelas ofensas a jornalista Vera Magalhães ocorridas no último dia 14 de setembro, nas dependências da TV Cultura após debate entre candidatos ao governo do Estado. Na ocasião, Garcia surpreendeu a jornalista repetindo frase do presidente Jair Bolsonaro (PL) endereçada em outra data à profissional: “Você é uma vergonha para o jornalismo”.

O processo administrativo movido pelo Estado contra o parlamentar correrá em sigilo, ou seja e só será divulgado ao público após sua conclusão. Se condenado, Gabriel terá de pagar uma multa de cerca de R$ 16 mil. À imprensa, o deputado estadual afirmou que não comentará o processo, uma vez que não teve acesso aos autos.

Além dessa nova ação movida pelo Estado, outras 8 denúncias de quebra de decoro parlamentar foram feitas junto à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). Em uma das denúncias, está ação do PT que pede a cassação do mandato de Garcia. Além disso, no dia da agressão, o procurador-geral de Justiça de SP, Mario Luiz Sarubbo, determinou que fosse feita uma investigação criminal contra o deputado.

Após os ataques à Vera, o deputado disse que “não se arrepende de absolutamente nada”. Mas deveria, uma vez que até seus aliados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o candidato ao governo do Estado, Tarcísio Freitas (Republicanos-SP), o abandonaram e pediram “punição severa” ao deputado. Além disso, o pedido de cassação de Garcia respingou na deputada estadual Isa Penna (PCdoB). Penna recebeu uma ameaça de morte na internet, e, como condição para que o criminoso não consumasse a ameaça, uma das exigências era de que Douglas não fosse cassado.

Douglas Garcia teve os primeiros 15 minutos de fama do seu mandato em 2020 quando divulgou em grupos de WhatsApp e em suas redes sociais os dados de cerca de mil pessoas que se diziam antifascistas – algumas delas organizavam protestos contra o presidente Bolsonaro (PL) à época. Ele respondeu a processos movidos pelas pessoas citadas na lista que se sentiram lesadas.