MANSÃO EM CASH NA BARRA

Primeira mansão de Bolsonaro foi paga com dinheiro vivo por fora do contrato, diz ex-empregado

Marcelo Nogueira trabalhou para Jair e Flávio entre 2002 e 2007 e é investigado por cometer “rachadinha” nesse período; após briga com Ana Cristina Valle em 2021, ele começou a contar supostos ilícitos da família presidencial para a imprensa

Ana Cristina Valle.Créditos: Reprodução / Redes Sociais
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Um ex-funcionário da família Bolsonaro contou para a imprensa que a ex-mulher do presidente, Ana Cristina Valle, lhe disse que a primeira mansão em que viveu com Jair foi paga com “dinheiro por fora”. A mansão com piscina fica na rua Maurice Assuf, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio e foi comprada em 22 de novembro de 2002. Jair Bolsonaro (PL) e a segunda esposa moraram no endereço até 2007. As informações foi publicadas nesta sexta-feira (2) pelo portal Uol.

Marcelo Nogueira, o funcionário, trabalhou para Bolsonaro e Cristina na época da compra do imóvel. Sua função era inicialmente junto à campanha de Flávio Bolsonaro para deputado estadual pelo Rio de Janeiro em 2002. Após a campanha, foi chamado para trabalhar dentro da mansão do casal, mantendo o cargo de assessor registrado. Hoje ele é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por ter praticado o crime de “rachadinha” durante o período.

De acordo com a escritura do imóvel, a mansão foi vendida por meio milhão de reais. Mas segundo os valores da época, o total de avaliação do imóvel para o cálculo de imposto estava na casa dos R$870 mil. Na compra feita com mais de 40% de desconto, R$ 160 mil foram quitados com um cheque como entrada e, em seguida, outros R$250 mil seriam pagos até 19 de dezembro. Os outros R$ 90 teriam sido pagos como sinal, antes da entrada, mas a forma de pagamento é desconhecida.

Marcelo disse à imprensa que ao fazer uma limpeza no escritório e organizar documentos, viu a escritura da casa e comentou com a patroa que achou o valor de compra muito bom. Cristina então teria lhe dito que “sempre tem um por fora”. Ele afirmou para a reportagem do Uol que os R$ 500 mil estavam apenas na documentação mas que “foi dado dinheiro vivo por fora”. Atualmente o imóvel vale cerca de R$ 3 milhões.

A mansão consta em levantamento recente de imóveis comprados pela família presidencial. Foram ao todo 107 imóveis negociados desde os anos 90. Destes, 51 foram adquiridos em dinheiro vivo, seja no no valor total ou em partes. Os próprios integrantes da família relataram as informações.

A mansão da rua Maurice Assuf foi vendida por Bolsonaro após a separação com Cristina e o dinheiro usado para comprar a mansão no famoso condomínio Vivendas da Barra, onde vive hoje com Michelle Bolsonaro, sua terceira esposa.

Já Marcelo Nogueira trabalhou oficialmente como assessor de Flávio Bolsonaro entre 2003 e 2007, mas sua função verdadeira, no dia a dia, era gerenciar a mansão do patriarca. Após o termino de Jair Bolsonaro e Ana Cristina Valle, Nogueira trabalhou para a ex-esposa até 2021, quando patroa e empregado brigaram. Desde então têm se mostrado disposto a contar supostos ilícitos da família presidencial para os meios de comunicação.

*Com informações do Uol.