ELEIÇÕES 2022

Uso político do 7 de Setembro: Bolsonaro declara gastos de R$ 30 mil com atos de campanha

Valor seria referente a captações de imagens dos eventos e aluguel de grades; caso haja omissão de gastos, prestação de contas da campanha pode ser rejeitada

Jair Bolsonaro (PL) em sete de setembro de 2022.
Jair Bolsonaro (PL) em sete de setembro de 2022.Créditos: Agência Brasil
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Na noite da última terça-feira (13), a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou sua prestação de contas parcial e chamou atenção pelos baixos valores declarados em relação aos atos de campanha do último dia 7 de Setembro. Na ocasião, o presidente foi acusado pela imprensa e pela oposição de ter feito um uso político das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro e em Brasília.

De acordo com o documento, a campanha de Bolsonaro teria gasto na data cerca de R$ 22 mil reais para a produção das imagens dos desfiles e mais R$ 8 mil com o aluguel de grades na capital carioca. Caso os dados estejam incorretos e algum gasto da campanha tenha sido omitido no documento, a prestação de contas da campanha bolsonarista pode ser rejeitada pelo Tribunal Superior Federal (TSE). De acordo com a lei eleitoral, as campanhas tinham até ontem (13) para apresentar as prestações de contas, incluindo receitas e despesas, válidas até 8 de setembro.

Bolsonaro passou meses convocando seus apoiadores a marcarem presença massiva nos festejos do último 7 de setembro. No dia, ficou difusa a diferenciação entre o que era um evento oficial do Estado Brasileiro de comemoração dos 200 anos de Independência e o que estaria previsto como ato de campanha do presidente.

De manhã, em Brasília, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) era protegido por barreiras antidrones e homens da Polícia Judiciária, o desfile cívico-militar ocorria ao lado do palco montado por Bolsonaro. Mal acabava o desfile e o presidente já ligava os microfones para discursar com apoiadores. Mais tarde, no Rio de Janeiro, enquanto ocorriam os desfiles da Marinha e Aeronáutica no Forte de Copacabana, o presidente participava de uma “motociata” com apoiadores. O passeio de moto, por sua vez, terminou justamente no Forte de Copacabana onde havia outro palco pronto para que o presidente pudesse novamente falar a seus apoiadores.

O uso das comemorações oficiais como atos de campanha podem fazer o presidente responder por abuso de poder econômico e da própria função de presidente. Bolsonaro e sua campanha negam o uso político da data.

*Com informações da Folha.

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