Na noite da última terça-feira (13), a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou sua prestação de contas parcial e chamou atenção pelos baixos valores declarados em relação aos atos de campanha do último dia 7 de Setembro. Na ocasião, o presidente foi acusado pela imprensa e pela oposição de ter feito um uso político das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro e em Brasília.
De acordo com o documento, a campanha de Bolsonaro teria gasto na data cerca de R$ 22 mil reais para a produção das imagens dos desfiles e mais R$ 8 mil com o aluguel de grades na capital carioca. Caso os dados estejam incorretos e algum gasto da campanha tenha sido omitido no documento, a prestação de contas da campanha bolsonarista pode ser rejeitada pelo Tribunal Superior Federal (TSE). De acordo com a lei eleitoral, as campanhas tinham até ontem (13) para apresentar as prestações de contas, incluindo receitas e despesas, válidas até 8 de setembro.
Bolsonaro passou meses convocando seus apoiadores a marcarem presença massiva nos festejos do último 7 de setembro. No dia, ficou difusa a diferenciação entre o que era um evento oficial do Estado Brasileiro de comemoração dos 200 anos de Independência e o que estaria previsto como ato de campanha do presidente.
De manhã, em Brasília, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) era protegido por barreiras antidrones e homens da Polícia Judiciária, o desfile cívico-militar ocorria ao lado do palco montado por Bolsonaro. Mal acabava o desfile e o presidente já ligava os microfones para discursar com apoiadores. Mais tarde, no Rio de Janeiro, enquanto ocorriam os desfiles da Marinha e Aeronáutica no Forte de Copacabana, o presidente participava de uma “motociata” com apoiadores. O passeio de moto, por sua vez, terminou justamente no Forte de Copacabana onde havia outro palco pronto para que o presidente pudesse novamente falar a seus apoiadores.
O uso das comemorações oficiais como atos de campanha podem fazer o presidente responder por abuso de poder econômico e da própria função de presidente. Bolsonaro e sua campanha negam o uso político da data.
*Com informações da Folha.