O Ministério Público do Ceará (MP-CE) decidiu abrir, nesta quarta-feira (14), uma investigação contra o deputado estadual bolsonarista Delegado Cavalcante (PL) por declaração golpista feita durante ato em Fortaleza alusivo ao Dia da Independência, em 7 de setembro.
Na ocasião, Cavalcante incentivou apoiadores a não aceitarem o resultado da eleição caso Jair Bolsonaro (PL) seja derrotado e ainda incitou a violência. "Se a gente não ganhar nas urnas, se eles roubarem nas urnas, nós vamos ganhar na bala. Não tem nem por onde. Não tenho medo dessa corja, desses pilantras que acabaram com o Brasil. Não vamos deixar esses ladrões acabarem com o presidente", havia disparado o deputado.
Para o procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, a declaração do bolsonarista contém indícios de crime de insurreição armada contra os poderes do Estado, tipificado no artigo 286 do Código Penal.
Ao abrir a investigação, o MP atendeu a uma ação protocolada por Adelita Monteiro, candidata a deputada federal pelo PSOL. "Atentar contra a democracia é crime. Atentar contra a vida das pessoas e ameaçar a vida das pessoas é crime. Incitar a violência é crime. E nós não aceitaremos esse tipo de atitude", afirma Adelita.
Antes, a psolista já havia acionado o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) contra o Delegado Cavalcante, e o órgão deu decisão liminar obrigando o bolsonarista a retirar de suas redes sociais todas as postagens com a declaração golpista em questão.