LEVOU TOCO

VÍDEO - Jair Renan Bolsonaro pede beijo na boca à moça e ouve: “Se seu pai fosse outro”

Esta foi a justificativa de uma das duas jovens que aparecem no vídeo para negar o beijo na boca pedido pelo filho do presidente Jair Bolsonaro

Jair Renan Bolsonaro.Créditos: Reprodução/Instagram
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Um vídeo no qual aparecem Jair Renan Bolsonaro e duas jovens está circulando nas redes sociais. O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) pede e recebe de uma delas um beijo no rosto. Em seguida, ele diz: “Dá um aqui”, apontando para a boca. A moça, então, responde: “Na boca, não. Se o seu pai fosse outro”.

Jair Renan aparece nos noticiários envolvido com escândalos e investigações. Recentemente, a Polícia Federal (PF) divulgou relatório afirmando que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o serviço secreto brasileiro, atrapalhou o andamento de uma investigação que envolvia o filho do presidente., por suposto tráfico de influência

Um integrante da Abin foi flagrado numa operação e admitiu em depoimento que recebeu a missão de levantar informações de um episódio relacionado a Jair Renan. O espião declarou à PF que o objetivo era prevenir "riscos à imagem" do chefe do Poder Executivo

A operação da Abin aconteceu no dia 16 de março de 2021, quatro dias depois que o filho do presidente e o seu preparador físico Allan Lucena se tornarem alvos de uma investigação da PF, pois a dupla é suspeita de abrir as portas do governo para um empresário interessado em receber recursos públicos

Allan Lucena, o parceiro de Jair Renan, percebeu, à época, que estava sendo perseguido por um veículo que entrou na garagem do seu prédio. O personal trainer, então, chamou a Polícia Militar (PM). O espião, quando abordado, se identificou como Luiz Felipe Barros Felix, agente da PF cedido para a Abin. O episódio de espionagem foi registrado em um boletim de ocorrência. 

Ao prestar esclarecimentos à PF, Felix revelou que trabalhava na Abin vinculado diretamente a Alexandre Ramagem, então comandante da agência e pessoa de confiança do presidente Bolsonaro. 

Espião confirma que recebeu missão de um auxiliar da Abin

O espião também confirmou que recebeu a missão de um auxiliar chefe do órgão de inteligência. O objetivo era levantar informações sobre o paradeiro de um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil e que teria sido doado a Jair Renan e ao seu personal por um empresário do Espírito Santo, que tinha interesse em fazer negócios com o governo federal.

O relatório da PF afirma que a atuação da Abin foi uma "interferência nas investigações" e que, após a operação descoberta, Allan devolveu o carro elétrico. "A referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado, bem como, estranhamente, depois de ampla divulgação na mídia, foi noticiado, também, que o sr. Allan Lucena teria 'devolvido' veículo supostamente entregue para o sr. Renan Bolsonaro", destaca o documento policial enviado à 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal no fim de 2021, o qual solicitou prorrogação do inquérito. 

Além disso, o relatório da PF afirma que a intromissão da Abin pode ter feito com que os investigados tenham combinado versões a respeito dos fatos e afirma que "não há justificativa plausível" para a diligência da Abin. 

Coincidentemente, o espião foi desligado da Abin após ser flagrado. "Não há registro da referida ação nos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O agente de Polícia Federal Luiz Felipe Barros Felix não faz parte dos quadros da Abin desde 29 de março", diz a Abin. Felix foi desligado do órgão 13 dias após ser descoberto.