ELEIÇÕES 2022

Marcos Uchôa: Molon criou teoria da conspiração ao não cumprir acordo com Lula

“Por que alguém iria perseguir o Molon? Existiu o acordo (entre PT e PSB). Claro que existiu”, afirmou o jornalista

Marcos Uchôa e Marcelo Freixo.Créditos: Divulgação
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O jornalista Marcos Uchôa (PSB) apontou o candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, Alessandro Molon (PSB), como o principal responsável por sua desistência de disputar uma vaga como deputado federal pelo partido.

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (1), Uchôa afirmou que Molon, que é presidente do PSB no Rio de Janeiro, ficou em uma situação difícil. Ele insistiu na manutenção de sua candidatura ao Senado, apesar do acordo nacional entre PT e PSB para que o PT apoiasse Marcelo Freixo (PSB) ao governo do estado com a condição de que o candidato ao Senado fosse André Ceciliano (PT).

“Obviamente, não existiu uma teoria da conspiração, onde todo mundo dizia que tinha um acordo, PSB e PT, e ele dizia que não existia o acordo. Meu Deus do céu. Então, está todo mundo te perseguindo? Essas coisas são insustentáveis. Por que alguém iria perseguir o Molon? Existiu o acordo. Claro que existiu”, relatou o jornalista.

“Tanto existiu que o PSB nacional retirou a verba da candidatura dele ao Senado. Eu soube por três pessoas diferentes do partido que quem contou do acordo para elas foi o próprio Molon. Não era razoável ele ter dito que não existia o acordo. O Molon se tornou uma pessoa que acabou influenciando numa certa briga nacional, que atrapalhou a campanha para ajudar o Lula a se eleger”, ressaltou Uchôa.

O jornalista desistiu, recentemente, de tentar uma vaga à Câmara Federal pelo Rio. Ele alegou desinteresse do PSB em viabilizar financeiramente a campanha dos deputados do partido.

“Eu conhecia o Molon de ver na televisão. Votei nele lá atrás. Admirava o trabalho dele como parlamentar. Quando entrei no partido, o conheci no dia da filiação. Ele foi supergentil comigo e disse que o partido pagaria a campanha”, relembrou.

“A questão era dinheiro, sim. Porém, mais do que dinheiro, era informação. Eu me filiei no dia 1 de abril e, a partir de maio, fiquei atrás do Molon, que é presidente do partido. Quando me dizem que o partido vai pagar a campanha, como naquela época já se sabia que o fundo eleitoral para candidatos tinha aumentado muito, acho até erradamente, então, eu pensei: o partido vai ter dinheiro. Portanto, quando dizem que vão pagar a minha campanha, OK. Eu acredito”, relatou Uchôa.

"Uma informação não custa caro”, afirma Uchôa

Porém, não foi isso que ocorreu, segundo o jornalista. “Eu precisava saber a ordem de grandeza. Estamos falando de quê: R$ 100 mil, R$ 500 mil, R$ 1 milhão. Lembrando que o limite de gastos para campanha de deputado federal é de R$ 3,1 milhões. Obviamente, não imaginava ter tanto dinheiro, de jeito nenhum. Mas você tem que ter um número para saber se planejar. Maio, junho, julho, agosto, eu não recebi a informação. Quando falo eu, são todos os candidatos do Rio de Janeiro, federais e estaduais. Uma informação não custa caro”, criticou.

Uchôa destacou, ainda, que no dia 28 de agosto, quando decidiu desistir, ele comunicou Molon e Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB.

“Estava com uma estrutura supermínima, pagando do meu bolso. Desde sempre, eu disse que não queria gastar meu patrimônio. Então, achei que não tinha muito sentido”, completou.

Assista à íntegra da entrevista: