INVESTIGAÇÃO

VÍDEO: Dallagnol debocha de julgamento no TCU antes de ser condenado

Tribunal condenou o ex-procurador a ressarcir os cofres públicos por causa da “farra das diárias e passagens”, gastos no âmbito da Operação Lava Jato

Dallagnol: Condenado.Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Antes de ser condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), nesta terça-feira (9), o ex-procurador, Deltan Dallagnol, usou suas redes sociais para debochar do julgamento.

Ele postou um vídeo no Instagram sentado em um sofá e comendo pipocas, como se estivesse assistindo a alguma atração na televisão. Junto, a frase: "Esperando pelo julgamento do TCU" e o seguinte texto: “E depois, o que vamos assistir? O rabo abanando o gato ou o poste mijando no cachorro? Deixa aqui nos comentários”.

Apesar de toda ironia, Dallagnol se deu mal. A Segunda Câmara do TCU condenou o ex-procurador e líder da Lava Jato, além do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e do procurador João Vicente Romão, a ressarcirem os cofres públicos no que ficou conhecido como “a farra das diárias e passagens”, gastos no âmbito da extinta Operação Lava Jato

Dallagnol, Janot e Romão foram condenados de forma unânime, pois, o relatório do ministro Bruno Dantas foi aprovado por 4 votos a 0. Com isso, eles terão de devolver R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. Janot e Dallagnol vão recorrer da decisão. 

O TCU investiga desde 2020 o caso da “farra das diárias”, averiguando gastos no âmbito da força-tarefa da Lava Jato com passagens aéreas e diárias. Caso a condenação seja confirmada, Janot e Dallagnol, que pretendem disputar cargos eletivos este ano, podem ficar inelegíveis

Apuração conclui que houve prejuízo ao erário e violação ao princípio de impessoalidade

O ministro Bruno Dantas, em 2021, acatou representação do subprocurador Lucas Furtado, do Ministério Público (MP) junto ao TCU, e determinou um pente-fino nos gastos da Lava Jato com viagens e diárias.

A apuração concluiu que houve prejuízo ao erário e violação ao princípio de impessoalidade, com a adoção de um modelo “benéfico e rentável” aos integrantes da Lava Jato.