ELEIÇÕES 2022

VÍDEO: Collor bate boca com candidato de Lira durante debate em Alagoas

Candidatos ao governo de AL, o ex-presidente acusou o senador Rodrigo Cunha de ter indicado a namorada para cargo de assessoria especial na prefeitura de Maceió

Collor quase briga com Rodrigo Cunha.Créditos: Leopoldo Silva/Agência Senado
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O ex-presidente da República e senador, Fernando Collor de Mello (PTB-AL), hoje bolsonarista, protagonizou um bate-boca com o também senador Rodrigo Cunha (União-AL), durante debate entre candidatos ao governo de Alagoas. A discussão, por pouco, não acabou em briga.

O início do desentendimento foi por causa da acusação feita por Collor. Ele afirmou que Cunha, apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou a namorada para um cargo de assessoria especial na prefeitura de Maceió.

“Eu quero que o senhor [Rodrigo Cunha] explique, dentro daquilo que o senhor acabou de falar, de que escolheria as pessoas de acordo com sua capacidade técnica, o senhor indicou a sua namorada para a secretaria da prefeitura de Maceió”, acusou Collor.

Rodrigo Cunha reagiu tentando rebater fora do microfone e Collor, no melhor estilo coronel, aos gritos, não o deixou falar. “Cale a boca. Morda seus beiços”, repetiu o senador inúmeras vezes.

O mediador tentou acalmar os ânimos durante vários minutos, mas não conseguiu.

Cunha é filho de Ceci Cunha, a deputada cujo assassino foi homenageado por Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados. 

Bolsonaro defendeu assassino de deputada quando era parlamentar

Um crime sinistro ocorrido há quase 24 anos, em dezembro de 1998, voltou à tona recentemente por conta de um registro histórico envolvendo Bolsonaro, que à época era deputado federal.

Trata-se do assassinato da também deputada federal Ceci Cunha, eleita pelo estado de Alagoas, que tinha como suplente o já deputado Talvane Albuquerque. Como ficou atrás de três candidatos naquela eleição, ele substituiria o primeiro que não pudesse exercer o mandato, o que o fez decidir por eliminar um deles. Escolheu Ceci, contratou um pistoleiro e produziu uma chacina em Maceió, matando seu alvo principal e familiares dela.

O caso mobilizou o Brasil à época, Talvane foi cassado e, então, após longos 12 anos, foi finalmente julgado e condenado pelos múltiplos homicídios, cumprindo nove anos de prisão em regime fechado, do qual foi libertado em 2021.

No ano seguinte ao fato, em 1999, a Câmara analisava a cassação do assassino, para que ele, então, perdesse o mandato e fosse julgado pela Justiça comum. Durante a sessão que o tirou do parlamento, por 425 votos a favor de cassá-lo contra 29, apenas um deputado foi à tribuna para fazer uma defesa explícita do assassino cruel e sem limites, que mandou matar toda uma família para permanecer com seu mandato: Jair Bolsonaro.

“Contra o relatório! Porque amanhã, qualquer um de nós, pode estar no lugar dele... Estamos o condenando por um contato com um cidadão, com um elemento, que foi um marginal no passado... Agora, quem aqui nunca teve contato ou conversou com um marginal?”, disse Bolsonaro, sobre a relação de Talvane com o assassino de aluguel, diante de um plenário perplexo.