A coligação Brasil da Esperança, que tem Lula (PT) como candidato à presidência e Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice, apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quarta-feira (24), 15 ações que apontam propaganda eleitoral irregular feita por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) através da divulgação de fake news.
Os advogados da coligação listaram mais de 200 publicações, em diferentes redes sociais e sites, revelando um "grande movimento coordenado de grupos apoiadores do candidato à reeleição Jair Bolsonaro para disseminação de notícias falsas, com o claro intuito de influenciar as eleições deste ano".
Nas postagens listadas, os bolsonaristas, além de mentirem sobre Lula, trazem falas descontextualizadas do ex-presidente, vídeos manipulados, editados ou cortados, além de informações falsas sobre pesquisas de intenções de voto.
Estão entre os disseminadores de fake news citados nas ações ajuizadas no TSE o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, filhos de Jair Bolsonaro; os parlamentares Carla Zambelli, Bia Kicis, Carlos Jordy, Coronel Tadeu e Floriano Agora; o ministro das Comunicações, Fábio Faria; o cantor Roger Rocha; jornalistas como Milton Neves e Silvio Narravaro; e influenciadores digitais como Kim Paim.
Confira abaixo as fake news denunciadas em cada uma das ações
1 - Compartilhamento de vídeos cortados, no qual o candidato toma água diretamente de uma garrafa, insinuando falsamente que estaria se alcoolizando durante seus discursos nos atos de campanha.
2 - Ato ocorrido no Vale do Anganhambú, no dia 20/8, no qual descontextualizaram a fala do candidato a respeito da Lei Maria da Penha, induzindo a ideia de que haveria defendido a violência doméstica fora do Brasil.
3 - Vídeo manipulado com fala do candidato na entrevista concedida ao El País em 7/10/2020. O vídeo compartilhado possui 8 segundos de 1h30min de entrevista, com a única frase de que não vai “enganar o povo mais uma vez”.
4 - Vídeo editado com conteúdo falso, fazendo entender que o candidato teria “agradecido o coronavírus”.
5 – Falas absolutamente descontextualizadas do candidato com a desinformação de que eliminaria o 13º salário e as férias trabalhistas.
6 – Fake news de que o candidato acabaria com o emprego dos trabalhadores de aplicativos.
7 – Fake news de que o candidato revogaria o Pix.
8 – Fake news de que o candidato exterminaria o agronegócio caso seja eleito neste ano.
9 - Veiculação da desinformação, já desmentida por verificadores de fatos, que trata de um suposto título de eleitor, em cujo QR CODE constariam as expressões “LULA” e “PT”, sugerindo, assim, favorecimento do candidato.
10 - Desinformação de que o ex-diretor do Datafolha Mauro Paulino, em uma fala gravada em áudio, confirmaria a existência de manipulação de pesquisas de intenção de voto para fazer crer que há uma ampla vantagem ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva e que existiria um plano para fraudar as urnas eletrônicas, a fim de garantir a vitória do candidato do Partido dos Trabalhadores.
11 - Vídeo satírico publicado no Youtube utilizado para disseminar a desinformação de que o interlocutor seria um dos advogados do Partido dos Trabalhadores tecendo comentários que desacreditam o sistema eleitoral brasileiro, em uma suposta reunião interna com apoiadores, desinformação também impugnada no conjunto de ações.
12 - Compartilhamento de áudio falsamente atribuído ao ex-Ministro Aldo Rebelo, como se ele houvesse afirmado que o PT e Lula seriam responsáveis pelo aumento dos combustíveis no Brasil.
13 - Disseminação de fake news de que os eventos de campanha do candidato Lula estariam esvaziados, ou seja, de que contariam com pouco apoio popular, com o claro intuito de enganar a população a respeito da realidade.
14 – Fake news repetindo a desinformação amplamente disseminada no pleito de 2018, o “kit gay”
15 – Fake news com tentativa de vincular o candidato a Adélio Bispo, pelo compartilhamento de imagem do ex-presidente Lula com um senhor, afirmando que seria irmão do autor do atentado a Jair Bolsonaro em 2018.