O empresário Luciano Hang, conhecido como o Véio da Havan, se manifestou pela primeira vez após o mandado de busca e apreensão expedido contra ele e vários outros empresários, na manhã desta terça-feira (23), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ele repetiu frase que havia dito na semana passada, que nunca falou sobre golpe. “Minha fala em determinado grupo de whatsapp foi a seguinte: ‘Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos’, me referindo aos maus políticos deste país. Sempre defendi a democracia, a liberdade de expressão e opinião.”
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Hang, que já chegou a ser investigado pelo STF no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, realmente não falou diretamente sobre golpe no grupo em questão, mas também não questionou a atitude dos colegas.
Ao comentar o assunto, no entanto, não negou o conteúdo das mensagens dos colegas. Pelo contrário: lavou as mãos e jogou a responsabilidade para os outros membros do grupo. "A imprensa faz isso com frequência, me envolve em polêmicas que não tenho nada a ver. Não sou responsável pelo o que os outros dizem", escreveu o Véio da Havan através do Twitter na semana passada. "Várias pessoas estão no grupo e comentam sobre vários assuntos. Eu raramente me manifesto lá", disse.
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Pedro Serrano comenta
O jurista Pedro Serrano afirmou em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia que é preciso ver com cautela o mandado de busca e apreensão expedido por Moraes. “É difícil ter uma posição jurídica sem conhecer a investigação. Tem algumas indagações. A primeira: é legítimo haver investigações em cima de conversas privadas de WhatsApp mesmo que em grupos? Em princípio eu tendo a achar que não, mas há um argumento que ouvi de um amigo promotor, que talvez seja isso que o Alexandre de Moraes pense: um dos interlocutores da conversa pode divulga-la, e a divulgação é lícita e então a investigação se dá em torno da notícia. Uma notícia que tem uma fonte lícita”.
“Por outro lado, o conteúdo é ruim, mas não era para ser levado a público, afirma o jurista. O problema maior é que podem haver suspeitas de que essa gente esteja financiando grupos mais radicais e violentos”, afirmou Serrano. “Eu creio que isso deve ter sido o principal mote dessa busca e apreensão. Mas, veja bem, eu creio, mas não sei exatamente, pois não conheço o inquérito. Mas se foi isso, tem sentido sim fazer a busca e apreensão”, encerrou.