DIA DA CAÇA

Telegram: Moraes autoriza identificação de integrantes do grupo ‘Caçadores de ratos do STF’

Entre os 159 membros, Ivan Rejane Fonte Boa Pinto foi o primeiro a ficar famoso ao ser preso no começo deste mês após ameaçar Lula e ministros do Supremo

Créditos: Marcelo Camargo / Agência Brasil
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O ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (22) a identificação dos 159 membros do grupo de Telegram “Caçadores de ratos do STF”. Cabe agora à Polícia Federal identificá-los em até 15 dias.

Uma parte pequena deste trabalho já está feita, uma vez que o membro Ivan Rejane Fonte Boa Pinto já ficou famoso entre o fim de julho e o começo de agosto, quando foi preso após fazer ameaças ao ex-presidente Lula (PT) e a ministros do STF nas redes sociais. Rejane é investigado pelo crime de tentar abolir o Estado democrático de Direito por meio de ameaças de violência, além de associação criminosa.

Ivan Papo Reto, como se autointitulou durante campanha para vereador de Belo Horizonte em 2020 pelo PSL (hoje União Brasil) na qual obteve 189 votos, publicou vídeos onde defendia caçar e pendurar de cabeça para baixo os seus desafetos políticos. Ele ainda teria feito divulgações em busca de apoio aos atos pró-bolsonaro do próximo dia sete de setembro. Além de Lula, Rejane também citou nominalmente em suas ameaças nas redes Marcelo Freixo (PSB), a presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann e os ministros do STF Cármen Lúcia, Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Edson Fachin.

A descoberta do grupo “Caçadores de ratos do STF” teria vindo junto com as apreensões do computador e do celular de Ivan Rejane. Neles a PF constatou que o réu participava de grupos e listas de transmissão de mensagens onde interagia com outros internautas, buscando catalisar o disparo de mensagens mentirosas e com conteúdo criminoso. Tais conteúdos vão desde falsas informações e calúnias, a ameaças e xingamentos.

Na voz da vice-procuradora Lindôra Araujo, a Procuradoria-Geral da República teria dito que sem a comprovação de outras duas pessoas envolvidas com Rejane seria impossível provar o crime associação criminosa e apostou na identificação dos demais participantes do grupo como forma de descobrir se efetivamente ocorre o crime. O pedido de identificação da PGR foi acolhido por Moraes, que ainda determinou o bloqueio das contas de Rejane nas redes sociais.