CHEGOU JUNTO

Bonner “obriga” Bolsonaro a dizer que aceitará resultado das urnas

Âncora enquadrou o presidente, que procurou fazer rodeios, voltou à ladainha da lisura e transparência das eleições, mas disse que acatará o resultado, claramente contrariado

Créditos: TV Globo/Reprodução
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A entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Jornal Nacional, a primeira da série com os candidatos ao Planalto, começou em altíssima temperatura e já na segunda pergunta, o âncora, William Bonner, “enquadrou” o postulante à reeleição e o questionou sobre acatar o resultado das eleições, lembrando que ele faz reiteradas ameaças de golpe e desacredita o sistema eleitoral brasileiro, além de ter xingado ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Bolsonaro começou desconversando e dizendo que “Bonner fez uma fake news”, em relação ao xingamento aos membros do Supremo. Voltou com a ladainha do mentiroso inquérito da PF sobre uma inexistente invasão por hackers de urnas eletrônicas e do sistema do TSE, assim como várias outras bobajadas já conhecidas. O presidente não respondeu se respeitaria o resultado.

Bonner insistiu que o sistema é auditável, confiável e seguro, desmentiu ter “feito fake news”, mostrando que o entrevistado chamou o ministro Alexandre de Moraes de “canalha”, e novamente repetiu na cara do presidente: “O senhor respeitará o resultado das eleições?”.

Contrariado e tentando colocar novamente a suposta fragilidade do sistema de votação, ainda assim Bolsonaro admitiu que aceitará a vontade popular, mas sempre colocando cacos e ressalvas. “Vou aceitar o resultado das eleições, se elas forem limpas”, falou o candidato à reeleição.

William Bonner e Renata Vasconcelos ainda questionaram suas participações em atos claramente antidemocráticos, com seguidores pedindo AI-5 e fechamento do Congresso, ao que o presidente fez mais rodeios e respondeu minimizando: “Se tem um outro que pede artigo 142, que eu discordo, se tem faixinha com AI-5, acho que isso é liberdade de expressão, é da democracia”.