O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) divulgou em suas redes sociais nesta quarta-feira (17) que o Comando Militar do Leste cancelou o desfile militar de sete de setembro na cidade. O desfile não ocorrerá nem na Avenida Presidente Vargas, onde tradicionalmente toma lugar, e nem na praia de Copacabana, onde Bolsonaro queria que fosse realizado por interesse eleitoral.
No lugar do desfile, haverá uma breve apresentação no mar e no espaço aéreo próximos ao Forte de Copacabana protagonizadas pela Marinha e pela Aeronáutica. Ainda de acordo com o prefeito, as apresentações, que chamou de “ato do Exército”, não oferecerão qualquer interferência no trânsito local. Nos próximos dias, Paes se reunirá com as Forças Armadas e anunciará detalhes das apresentações.
Entenda o histórico
Em 29 de julho o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, comunicou ao Comando Militar do Leste que o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia decidido participar do desfile de 7 de setembro no Rio de Janeiro e solicitado que o local do desfile mudasse para a praia de Copacabana – reduto de manifestações de apoiadores do presidente aos finais de semana nos últimos anos.
Na ocasião, o pedido pegou até mesmo o Comando Militar do Leste de surpresa que começou a reorganizar às pressas o desfile ao modo do presidente. Paralelamente, o desejo do presidente ganhou o rótulo de eleitoreiro e golpista, uma vez que promoveria a ida dos oficiais ao reduto dos seus apoiadores a menos de um mês das eleições. E justamente em um 7 de setembro, mesma data em que um ano antes Bolsonaro reprovou no teste de força que promoveu contra as instituições.
Os debates em torno do desfile tiveram idas e vindas, até que em 5 de agosto o prefeito carioca contrariou o presidente e declarou que o desfile não sairia da avenida Presidente Vargas. Doze dias depois – e no dia seguinte das declarações de posse de Alexandre de Moraes no TSE que sepultaram qualquer aspiração golpista – veio a desistência em manter o desfile em seu local tradicional.