O ministro Alexandre de Moraes, que assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (16), estaria estudando uma medida para evitar tumultos no dia da eleição de outubro: orientar polícias a conduzir eleitores que alegarem fraude nas urnas eletrônicas para que eles prestem depoimento.
Segundo a revista Veja, Moraes pretende adotar a estratégia como forma de fazer qualquer tentativa de tumultuar o pleito perder força. Isso porque para além dos ataques que Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores já fazem ao sistema eleitoral, em 2018 vieram à tona casos de bolsonaristas alegando fraude nas urnas eletrônicas sob o argumento de que digitaram o número de seu candidato e a urna não permitiu o voto.
Acontece que, em todos esses casos, ficou provado que os eleitores votaram errado. Muitos deles digitavam o número eleitoral de seu candidato à presidência na etapa em que deveriam digitar o número do candidato a deputado federal, estadual ou mesmo governador.
Nas eleições deste ano, a ordem de votação será: deputado federal, deputado estadual ou distrital, senador, governador e presidente da República.
Servidores da Abin: não há qualquer registro de fraude nas urnas
Em julho, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Intelis | Abin) divulgou nota pública em que afirma que "não há qualquer registro de fraude nas urnas eletrônicas desde a implantação do atual sistema, vinte e cinco anos atrás".
A Abin é subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional, que tem como ministro-chefe o general Augusto Heleno. O militar foi um dos organizadores do evento com embaixadores em que Jair Bolsonaro (PL) mostrou um power point e repetiu mentiras sobre fraudes nas urnas eletrônicas que teriam ocorrido nas eleições de 2014, 2018 e 2020.
"Ao longo de toda a história da utilização da urna eletrônica, os profissionais de inteligência de Estado têm prestado apoio técnico especializado à Justiça Eleitoral no fornecimento e implementação de sistemas e dispositivos criptográficos, que contribuem para a autenticidade, confidencialidade e inviolabilidade dos programas e dados das urnas utilizadas no país. A criptografia de Estado e os sistemas de assinatura digital desenvolvidos e aperfeiçoados por nossos servidores fazem parte do ecossistema complexo de barreiras que tem resistido com sucesso às diversas tentativas de ataques executadas durante testes públicos de segurança da plataforma, como reconhece publicamente o Tribunal Superior Eleitoral", diz o texto.