ELEIÇÕES 2022

Deputado do União Brasil diz que não há espaço para 3ª via e defende apoio a Lula

“A gente não pode ficar com demagogia barata. Nem Lula nem Bolsonaro? Vai ser o Espírito Santo? É mais fácil ganhar do Bolsonaro com Lula”, afirmou Junior Bozzella

Bozzella: "Não tem terceira alternativa que vai resultar num caminho paralelo à polarização".Créditos: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Junior Bozzella (União Brasil-SP), vice-líder do partido na Câmara e vice-presidente do diretório paulista, foi responsável pela filiação do ex-juiz Sergio Moro ao União Brasil. Apesar disso, ele defendeu que todas as forças democráticas se unam em apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT). Em sua avaliação, é a forma e evitar que Jair Bolsonaro (PL) tente aplicar um golpe.

“A gente não pode ficar com demagogia barata. Nem Lula nem Bolsonaro? Vai ser o Espírito Santo? Lula é o mais bem posicionado. É mais fácil ganhar do Bolsonaro com Lula. Não defendo que o partido apoie Lula, mas que as forças democráticas se juntem e freiem o golpe em curso”, disse Bozella, em entrevista a Edson Sardinha, no Congresso em Foco.

Lavajatista assumido, Bozzella afirmou que não há espaço para terceira via e que Lula, líder em todas as pesquisas, é o caminho mais viável para derrotar Bolsonaro e salvar a democracia. O parlamentar destacou, ainda, que é preciso deixar as convicções ideológicas de lado, neste momento, para impedir a ruptura institucional.

Veja algumas afirmações de Junior Bozzella na entrevista:

“Nunca votei no PT ou no Lula. Sou lavajatista, trouxe o Moro para o partido. Mas há momentos em que temos de fazer uma análise por causa da defesa da democracia. Se a natureza não apresentar alternativa, a política vai ter de encontrar. Esse deve ser o nosso esforço”.

“O 7 de Setembro representará a escalada. Ele [Bolsonaro] está dando senha para o golpe. Ele quer que as pessoas peguem em armas. Vai acirrar ainda mais os ânimos”.

“Talvez ele nem espere as eleições (para dar o golpe). Temos de unir forças para tirar o discurso e o poder dele. Quanto mais se dividem os democratas, mais força se dá a Bolsonaro. Pessoas com discurso de anos contra o PT ficam com medo e elas não se posicionam. Elas têm de entender que são os democratas contra o autoritarismo”.

“Cada um faz discurso para a sua bolha e quer salvar sua própria pele. Precisa ver quem vai ter coragem. Não tem terceira alternativa que vai resultar num caminho paralelo à polarização. A gente não pode ficar com demagogia barata. Para fazer omelete, tem de quebrar ovos. Temos de cortar na pele”.

Janones está sendo coerente, é por aí mesmo (ele pode desistir da candidatura à presidência para apoiar Lula). Ele não tem muita dificuldade, está tendo responsabilidade. É mais fácil para Janones do que para Bivar porque ele não é presidente de partido. Pode ter mais desprendimento. É uma figura mais individualizada, com seus milhões de seguidores nas redes. No nosso caso, é um grande partido, com 13 candidatos a governador. Qualquer movimento mais acentuado do Bivar, que também é presidente do União, tem uma avenida a ser atravessada. Cada um tem seu caminho para chegar ao poder, tem de entender como o cara vai se comportar”.