CRIME NA AMAZÔNIA

Comissão aprova pedido de Contarato para governo afastar presidente da Funai

“A omissão da Funai tem facilitado a vida dos criminosos e ameaçado a população indígena na região do Vale do Javari”, diz o senador Fabiano Contarato

O presidente da Funai, Marcelo Xavier, é acusado de omissão.Créditos: Anderson Riedel/PR
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A comissão temporária de parlamentares que investiga os assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no Vale do Javari, na Amazônia, aprovou, nesta quarta-feira (6), requerimento do senador Fabiano Contarato (PT-ES).

O parlamentar pede ao governo de Jair Bolsonaro (PL) o afastamento imediato de Marcelo Xavier, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).

A comissão também aprovou pedido, aos governos de Peru e Colômbia, de reforço da segurança nas fronteiras do Vale do Javari e também para indígenas e servidores da região.

O relatório com os requerimentos foi elaborado após diligência em Atalaia do Norte (AM) e Tabatinga (AM), feita na semana passada pelos parlamentares.

Contarato é vice-presidente do colegiado. Ele alerta para “a gritante ausência do Estado brasileiro na região”, ressaltando que a economia local é, em grande parte, dominada pelo poder do tráfico de drogas e da exploração ilegal dos recursos naturais das terras indígenas, como minerais, madeira, pescado e caça

“A atual política do órgão tem transformado indígenas e ativistas em alvos de criminosos”, diz senador

A omissão da Funai tem facilitado a vida dos criminosos e ameaçado a população indígena na região do Vale do Javari e em todo o país. A atuação da direção da Funai revela cabal desrespeito aos direitos dos povos indígenas e conflito com suas atribuições institucionais. A atual política do órgão tem transformado indígenas e ativistas em verdadeiros alvos de criminosos. É preciso urgentemente afastar o presidente da Funai do cargo”, acrescenta o senador.

De acordo com Contararo, o crime exerce controle sobre as atividades na região, que envolvem o financiamento de expedições, cujos elevados custos com combustível, embarcações, mantimentos e outros insumos são demasiadamente caros para que possam ser suportados pelos humildes habitantes daquele local.

“Mesmo a morte e o ocultamento dos corpos e pertences de Dom e Bruno envolveram os esforços de várias pessoas, o que desperta um justificado receio de que tenha havido coordenação e um mandante”, destaca.

Com informações da Agência Senado