A chapa do PT em São Paulo para as eleições deste ano pode ser anunciada em ato marcado na cidade de Diadema com Lula e Fernando Haddad no próximo sábado (9). A expectativa é que, até lá, seja definido o nome do candidato a vice de Haddad para o governo do estado e que Márcio França (PSB) confirme a desistência de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes para se lançar ao Senado com o apoio do PT.
No domingo (3), Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Haddad almoçaram com França na residência do ex-governador na capital paulista. A ideia do encontro seria tentar convencê-lo a abandonar a candidatura ao governo do estado para formar aliança com Haddad, se candidatando ao Senado. As chances de isso se confirmar ficaram mais concretas após a desistência de José Luiz Datena (PSC), que liderava as pesquisas de intenções de voto para a casa legislativa em Brasília.
Publicamente, França segue se colocando como pré-candidato ao governo do estado. No PT, entretanto, sua candidatura ao Senado com o apoio do partido e subindo no palanque de Haddad é dada como certa.
A última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 30 de junho, aponta que, sem França no páreo, Haddad lidera com 48% dos votos válidos, e tem uma larga vantagem sobre os dois candidatos de direita, o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), ambos com 13% da preferência do eleitorado cada, o que configura 18,5% dos votos válidos. Com esses números, o petista estaria muito próximo de uma vitória no 1° turno.
França só deve bater o martelo sobre se mantém ou não sua candidatura ao governo do estado após receber um retorno de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. Isso porque o político do PSB espera um apoio de Kassab para sustentar sua candidatura, mas o cacique já adiantou que a maior parte de seu partido tende a apoiar uma aliança com Tarcísio de Freitas, candidato de Jair Bolsonaro (PL). A nível nacional, no entanto, o PSD apoiará Lula.
Vice de Haddad
No ato marcado para o próximo sábado (9) em Diadema, além da candidatura de França ao Senado, deve ser anunciado quem será o candidato a vice de Haddad ao governo do estado.
A ideia inicial é que a federação composta por PSOL e Rede, que apoia Haddad, indique um nome. Um dos cotados é o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, mas há também quem ventile o nome de Marina Silva (Rede), apesar da ex-ministra já ter anunciado pré-candidatura à Câmara dos Deputados.
"Eu várias vezes respondi que eu só definiria a chapa completa quando eu tivesse a decisão final do PSB. Como isso está próximo de acontecer, em seguida vamos reunir partidos da federação e aqueles que já declararam apoio, inclusive a Rede, que já declarou apoio à minha candidatura oficialmente. Vamos sentar para completar a chapa, se o PSB vier a ocupar a vaga do Senado", disse Haddad, na última semana, ao jornal Estadão.