Segundo informações divulgadas nesta quinta (28) pela coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria mantido encontros secretos com a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araujo desde 2020, a quem prometeu inclusive a principal cadeira da PGR, após a saída de Augusto Aras em 2023, caso seja reeleito.
Ainda de acordo com a coluna, o deputado federal Alberto Fraga (Democratas-DF) foi quem teria apresentado a vice-PGR ao presidente em 2020, quando Lindôra ainda atuava como como coordenadora de Assessoria Jurídica Criminal na PGR. Isso foi antes do deputado romper suas relações com Bolsonaro, em 2021, após sua esposa falecer vítima da Covid-19.
À época, Lindôra conduzia inquéritos criminais a respeito de governadores de estados e havia o interesse do presidente nos casos de João Dória e Wilson Witzel, então governadores de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. E a partir desses encontros e da sugestão de interlocutores, Bolsonaro encaixou Lindôra na cúpula da PGR, junto com Aras, após as aposentadorias de Celso de Mello em 2020 e de Marco Aurélio Mello em 2021.
Na última segunda-feira (25), Lindôra entrou com um pedido junto ao STF de arquivamento das ações e investigações movidas contra Jair Bolsonaro através da CPI da Covid.
“Tudo explicado”
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid-19 em 2021, comentou a notícia nas suas redes sociais. “[Está] tudo explicado! A vida do povo brasileiro vem sendo servida em bandeja nos encontros secretos entre o presidente e os senhores da PGR”, escreveu em suas redes.
Tudo explicado! A vida do povo brasileiro vem sendo servida em bandeja nos encontros secretos entre o Presidente e os senhores da PGR!https://t.co/cbZlK6lDRh
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) July 28, 2022
Sobre o pedido de arquivamento da última segunda-feira, Randolfe Rodrigues denunciou o que considerou uma blindagem ao presidente Bolsonaro e protocolou um pedido no STF solicitando inquérito contra Aras.