ELEIÇOES 2022

Presidente do Superior Tribunal Militar diz que não é papel das FFAA se envolver em eleições

General Gomes Mattos contraria Ministério da Defesa e defende papel central da Justiça Eleitoral; “não temos que nos envolver”

General Luís Carlos Gomes Mattos em sessão do Superior Tribunal Militar, em 2021Créditos: STM/Divulgação
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Ao contrário dos generais lotados no governo Federal, incluindo no Ministério da Defesa, o General Luís Carlos Gomes Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar, defendeu nesta quarta (27) que é a Justiça Eleitoral quem deve decidir sobre as eleições, diante de jornalistas, em seu discurso de despedida do Tribunal.

O general que completou 75 anos de idade e está sendo aposentado compulsoriamente por limite de idade, defendeu que as Forças Armadas devem atuar dentro dos seus limites, quando e se solicitadas, para garantir que o processo eleitoral seja legítimo, democrático e tenha respaldo popular, como uma verdadeira burocracia de Estado.

“Temos uma Justiça Eleitoral que é responsável pelo funcionamento das eleições. Nossa missão é diferente, não temos que nos envolver, mas garantir que o processo seja legítimo. Essa é a missão das Forças Armadas”, declarou.

Apesar da declaração, é importante recordar que no ano passado, em entrevista, o Gomes Mattos deu declarações afirmando que Bolsonaro não ameaçava a democracia brasileira e que, assim, a oposição estaria “esticando a corda”, além de ter defendido a gestão de outro general, Eduardo Pazuello, à frente do Ministério da Saúde. O mesmo que é especialista em logística e confundiu as capitais Manaus e Macapá quando da necessidade de enviar respiradores.