O governo de Jair Bolsonaro (PL) foi intimado a elucidar o paradeiro de vítimas desaparecidas da ditadura militar. A juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal de Brasília, convocou integrantes do Executivo e cobrou esclarecimento sobre as circunstâncias das mortes e a localização dos restos mortais de participantes da Guerrilha do Araguaia.
A audiência está prevista para esta quinta-feira (28). A juíza destacou como “prioridade” a presença de representantes dos ministérios da Defesa, da Justiça, dos Direitos Humanos, além de integrantes da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, familiares de desaparecidos e do Ministério Público (MP).
“Faz-se necessária a designação de audiência para que a ré (a União) preste esclarecimentos acerca dos encaminhamentos futuros destinados ao prosseguimento do cumprimento da obrigação de fazer”, despachou a juíza, de acordo com informações do Blog do Noblat, no Metrópoles.
A juíza ressaltou que o governo Bolsonaro não adotou esforços no sentido de esclarecer as mortes dos opositores ao regime militar, além de não ter atuado nas buscas por restos mortais.
Ao contrário disso, os governos do PT fizeram inúmeras investidas à região da guerrilha, que se localiza entre Tocantins, Maranhão e Pará. A própria juíza já participou de busca de ossadas, em 2011, durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).
Entenda o que foi a Guerrilha do Araguaia
A Guerrilha do Araguaia, entre o fim da década de 1960 e a primeira metade dos anos de 1970, foi a principal tentativa do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de instaurar um movimento revolucionário rural no país por meio da luta armada.
O objetivo era mobilizar camponeses da região do Araguaia e marchar até Brasília para tomar o poder das mãos dos militares ditadores.
Após passarem por treinamento na China, em 1967, os primeiros integrantes chegaram ao Araguaia. Em 1972, o Exército passou a combater os guerrilheiros, o que acabou dizimando o movimento.