O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes teve sua candidatura à presidência formalizada nesta quarta-feira (20) em convenção de seu partido, o PDT, realizada em Brasília. Seu nome foi aprovado por unanimidade entre os militantes da legenda e, desta maneira, Ciro concorrerá ao Palácio do Planalto pela quarta vez.
Marcando 8% nas últimas pesquisas de intenção de voto, o pedetista vem apostando, sem sucesso, em uma equiparação entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT), líder em todos os levantamentos, para aumentar sua popularidade. Isolado, Ciro chegou à convenção sem candidato a vice definido para compor sua chapa e sem apoio de nenhum outro partido.
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Em seu discurso, manteve a estratégia de usar Lula como alvo e associá-lo a Bolsonaro, dizendo que um "alimenta o outro". "Essa polarização odienta, despolitizada e apaixonada não produz diagnósticos para os nossos problemas. Não constrói soluções, apenas xingamentos morais e ideológicos. Os dois disputam entre si quem é o mais corrupto, quem é o mais autoritário, quem é o mais fascista ou quem é o mais comunista", disparou. "Com todas as suas diferenças, Lula e Bolsonaro são muito parecidos", disse ainda.
Em dado momento, Ciro centrou parte de sua fala para direcionar críticas especificamente a Lula e ao PT. O pedetista já foi ministro de Lula e mantinha aliança com petistas no Ceará.
"Eles estão pedindo para voltar. Será que para produzir mais enganações e inconsistências? Qual milagre pode existir para que eles possam fazer em quatro anos o que não fizeram em 14? Acordos, conchavos, falta de escrúpulo, que convocam o povo a lutar contra o golpe para depois aparecerem abraçados, beijando na boca daqueles que provocaram o golpe", declarou.
"Catorze anos aqui, e o que o lulismo conseguiu foi parir o Bolsonaro. Alguém acredita que Bolsonaro chegou de Marte? Bolsonaro é produto da construção magoada e iludida do povo, machucado pela mais grave crise econômica e pelo escândalo de ladroeira", prosseguiu o candidato do PDT.
Isolamento
Perguntado por jornalistas sobre o fato de chegar à convenção partidária sem ter candidato a vice ou aliados, Ciro informou que trabalha em negociações com o União Brasil e o PSD, partido de Gilberto Kassab e que deve se manter neutro no primeiro turno, apesar das sinalizações do próprio Kassab de que vai apoiar Lula.
Sobre a vaga de vice, disse que, se não houver acordo com nenhum outro partido, a candidatura será do próprio PDT e, preferencialmente, de uma mulher.