DISCURSO DE ÓDIO

Lideranças se solidarizam com Marcelo Freixo após ataque bolsonarista em ato no RJ

“O deputado Rodrigo Amorim agiu como mensageiro da milícia, pregando o enfrentamento, o ódio, o ataque a adversários políticos”, diz nota do PT do RJ

Ato pacífico de Marcelo Freixo sofreu ataque bolsonarista.Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), candidato ao governo do Rio de Janeiro, recebeu inúmeras manifestações de solidariedade, após ser vítima de um ato de violência.

O deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB-RJ), o mesmo que quebrou a placa em homenagem a Marielle Franco em 2018, juntamente com apoiadores armados fizeram uma ação de coação, agredindo militantes que acompanhavam Freixo em ato que já estava agendado na manhã deste sábado (16) na Praça Sans Pena, na Tijuca, na capital fluminense.

Várias lideranças políticas, artistas e internautas se solidarizaram com Freixo. O presidente estadual do PT do Rio, João Maurício, divulgou uma nota, com o título “A violência política é inadmissível!”:

“Companheiras e companheiros, acabou de acontecer um caso covarde de violência política contra militantes do PT, PCdoB, PSB, PV, PSOL e dos Movimentos Sociais no Rio de Janeiro. Desta vez na praça Saens Pena, na Tijuca, durante uma caminhada com o pré-candidato ao Governo do Estado Marcelo Freixo.

Nossos militantes foram agredidos com empurrões, quebra de bandeiras e ameaçados pelo Deputado Estadual bolsonarista Rodrigo Amorim, que acompanhado por seus capangas armados, agiu como um mensageiro da milícia, pregando o enfrentamento, o ódio, o ataque a adversários políticos e o desprezo pela democracia.

É inaceitável que situações assim continuem acontecendo em uma democracia. Vamos prestar queixa na delegacia e vamos protocolar denúncias no Tribunal Regional Eleitoral e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Vamos tomar todas as medidas necessárias para que mais esse crime do deputado bolsonarista, que ao longo dos anos vem cometendo uma série de crimes de ódio, não fique impune.

Vamos exigir das autoridades de segurança pública e do judiciário medidas efetivas de prevenção e combate à violência política. O ódio e a violência na política não podem ser, de forma alguma, naturalizados.

Toda a minha solidariedade aos militantes, e a todas as pré-candidatas e todos os pré-candidatos presentes. Não sairemos das ruas e das praças públicas, seguiremos lutando contra a violência, o ódio e a intolerância política.

Não vamos tolerar o ódio, ninguém irá nos impedir de permanecer nas ruas construindo uma pré-campanha com muito debate, respeito à democracia e amor pelo povo brasileiro”.

Humberto Costa: “Discurso de ódio de Bolsonaro está encontrando eco”

O senador Humberto Costa (PT-PE) publicou um vídeo nas redes sociais para criticar a postura bolsonarista.

“Nem se passaram sete dias do assassinato brutal de Marcelo Arruda por um bolsonarista e por razões claramente políticas, mais um ato de violência política acontece para mostrar como a extrema direita no Brasil deseja conduzir o processo eleitoral.

Neste sábado, o candidato ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, foi vítima juntamente com seus militantes de atos de intimidação promovidos pelo deputado estadual Rodrigo Amorim, do PTB, o mesmo que destruiu uma placa com o nome de Marielle Franco em uma rua do Rio de Janeiro em 2018.

Claramente, os militantes e apoiadores de Marcelo Freixo são intimidados por vários acompanhantes de Rodrigo Amorim, inclusive vários deles armados, agredindo as pessoas, dando uma clara demonstração de que o discurso de ódio que vem sendo repetidamente feito pelo presidente Bolsonaro está encontrando e vai encontrar eco em todas essas forças da extrema direita, que querem transformar o processo eleitoral não num processo de disputa de ideias, mas numa batalha campal.

Como presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, quero externar meu protesto. Vamos reafirmar às autoridades do Tribunal Eleitoral, de toda Justiça eleitoral e todo o aparato de Justiça que nós devemos agir para impedir que esse tipo de coisa avance, e isso só será possível se houver ações preventivas e, ao mesmo tempo, responsabilização daqueles que realizam esses atos e, principalmente, cobrarmos do presidente da República que estanque, que pare os discursos de ódio, sob pena de nós termos uma campanha extremamente violenta no nosso país.

Quero me solidarizar com o deputado e candidato Marcelo Freixo e com todos aqueles que foram vítimas de mais essa brutalidade política”.

Kakay: “Fascistas são covardes que se escondem atrás desta postura agressiva por não terem outro argumento”

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, também divulgou uma nota de solidariedade a Marcelo Freixo:

“A violência dos bolsonaristas na campanha cresce de maneira vertiginosa e perigosa. Agora foi contra o Freixo e seus apoiadores. O desespero leva a intimidação. E nos coloca a todos num impasse: como reagir sem entrar no jogo banal da violência? Mas, também, sem nos acovardar.

Há uma estratégia evidente de constranger. Uma tentativa de tirar das ruas as manifestações contra o fascismo e a favor da vida. Santa contradição: por respeito às liberdades poderemos ser castrados, constrangidos, humilhados? 

Seria a hora do Estado estar presente fazendo a segurança de todos, numa campanha com respeito às diferenças. Mas com um estado fascista, o que nos resta?

Vamos à resistência necessária, sem medo e sem ceder a esta violência fascista. Vamos devolver estes monstros que saíram do esgoto para o lixo da história. Não podemos nos intimidar. Sem provocação, mas sabendo que estes fascistas são covardes que se escondem atrás desta postura agressiva por não terem nenhum outro argumento. São indigentes intelectuais, incultos e banais. Não passarão!”.

Veja outras manifestações de apoio e solidariedade: