A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se manifestou nesta sexta-feira (15) criticando a conclusão do inquérito da Polícia Civil que descartou motivação política no atentado que culminou no assassinato do guarda municipal e dirigente petista Marcelo Arruda. A defesa de Marcelo e o Grupo Prerrogativas também questionaram a decisão.
Em vídeo, a deputada federal disse que "é grande a indignação" com o resultado do inquérito. A dirigente petista acredita que as conclusões foram "açodadas" e aponta que as provas colhidas pela Polícia Civil mostram que o bolsonarista Jorge Guaranho foi ao local da festa de aniversário de Marcelo - que trazia o PT como tema - "para agredir e ofender exclusivamente por motivação política".
A parlamentar afirma que a delegada Camilla Cecconello alegar que a motivação do crime foi "pessoal" vai contra a realidade dos fatos e dialoga com a versão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do vice-presidente Hamilton Mourão.
"A Polícia Civil do Paraná não quer reconhecer que houve um crime de ódio com evidente motivação política", destacou.
Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e pode pegar de 8 a 12 anos de prisão.
Assista à declaração de Gleisi Hoffmann sobre a conclusão do inquérito:
Delegada descarta crime de ódio por motivação política
Questionada durante coletiva de imprensa se o assassinato de Marcelo Arruda não teria sido foi motivado por crime de ódio, a delegada Camilla Cecconello afirmou que não e que, segundo relato da esposa de Guaranho, ele retorna à festa porque "se sentiu humilhado".
Cecconello afirma que a investigação reconhece a motivação politica do assassinato de Marcelo Arruda, mas afirma que o contexto como um todo não se enquadra naquilo que é entendido como um ato que buscou impedir a manifestação de ação política.
Prerrogativas quer que MP reveja decisão
O Grupo Prerrogativas discordou veementemente da decisão da Polícia Civil do Paraná sobre o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR). A polícia concluiu que a morte do militante petista por um policial penal bolsonarista não teve motivação política.
Em nota, os juristas destacaram que a conclusão da Polícia Civil do Paraná ignora a realidade da violência bolsonarista.
“Não é isso o que se espera de uma instituição de estado. Não é isso o que se espera de agentes públicos que não são pagos para escamotear de forma pueril a realidade que rebrilha aos olhos de todos, não são pagos pelo contribuinte para exercer uma posição partidária que em nada contribui para a harmonia e a paz sociais”, diz o coletivo.
Por isso, o Prerrogativas defende que “o Ministério Público do Paraná corrija os rumos da persecução penal, dando nomes verdadeiros aos bois ou melhor, aos lobos, e que os contenha, nos rigores e nos limites da lei”.