O PT e os 6 outros partidos que compõem a aliança em torno da candidatura de Lula à presidência (PSB, PCdoB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede) marcaram, para esta terça-feira (12), uma audiência com o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras. O objetivo é discutir o assassinato de Marcelo Arruda, petista morto a tiros, por motivações políticas, pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, e pedir a federalização do caso.
Além disso, os representantes dos mesmos partidos se reunirão, na quarta-feira (13), com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e que presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o pleito de outubro. No encontro, será entregue a Moraes um memorial elaborado pelo PT e entidades que contém uma extensa lista de agressões, ameaças e assassinatos promovidos por bolsonaristas contra opositores. Para se ter uma ideia, o documento contabiliza, somente entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, 69 casos de violência.
Te podría interesar
"Há um diagnóstico no PT de que a campanha eleitoral vai ser uma guerra pelo discurso que Bolsonaro vem imprimindo em sua base, que é de confronto com os petistas. Esse recrudescimento da violência política interessa ao discurso golpista do presidente porque ele quer criar uma instabilidade política no período pré-eleitoral. Isso exige uma resposta da sociedade civil", disse, em entrevista à Fórum, o coordenador do setorial de Direitos Humanos do partido, Renato Simões.
"Ofensiva pela paz"
Segundo Simões, em reunião nesta segunda-feira entre Lula e seu conselho político de pré-campanha, foi discutido o lançamento de uma "grande ofensiva pela paz e contra a violência política". O objetivo, de acordo com o petista, é estabelecer parcerias com entidades como ABI, OAB e CNBB, além de cobrar "firmeza de posições do "TSE".
"O TSE deveria, na nossa avaliação, fazer uma campanha aberta pela paz no processo eleitoral. Essa é uma ação concreta que o TSE teria que desenvolver, além de estar atento aos crimes de natureza política-eleitoral e criminalizar esse discurso de ódio de Jair Bolsonaro", afirma.
Lula quer mais atos de rua
A reunião entre Lula e seu conselho político nesta segunda-feira já estava marcada antes do assassinato de Marcelo Arruda e tinha como objetivo debater os próximos passos da pré-campanha do ex-presidente. À Fórum, Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), que esteve no encontro, relatou que há preocupação por parte da pré-campanha do petista com a escalada de violência, mas que boa parte das intervenções foi no sentido de que a militância não pode se intimidar com os atos de violência praticados por bolsonaristas.
Segundo Bonfim, Lula falou, "reiteradas vezes", sobre a importância de construir grandes atos de rua. "Ele está à fim de ir para a rua, de construir grandes mobilizações. Foi um pouco este o tom", declarou o coordenador da CMP.
"Várias pessoas falaram que a gente precisa fazer uma forte denúncia dessa violência política, não só a pré-campanha do presidente Lula, mas toda a sociedade civil fazer uma forte denúncia, uma apelo pela paz, pela tranquilidade das eleições, e passar uma mensagem para militância não se intimidar com esses atos de violência", prosseguiu Bonfim.