O presidente Jair Bolsonaro quebrou o silêncio sobre o assassinato do guarda-civil petista Marcelo Arruda, atacado a tiros por um de seus seguidores fanáticos em Foz do Iguaçu (PR) nesta madrugada (10), mas pela postura do mandatário da República, era melhor que tivesse ficado calado.
À exceção das primeiras palavras sobre o trágico crime, nas quais disse protocolarmente que não concorda com violência e que roga que a polícia investigue o caso, o resto do comunicado foi uma sucessão de ataques contra a esquerda, o que certamente alimenta ainda mais o ódio de suas hostes extremistas.
Num posicionamento que em nada se aproxima da forma como um chefe de Estado deve se pronunciar oficialmente sobre assuntos importantes da nação, Bolsonaro não deixa de lado os ataques patológicos aos adversários, mesmo sendo o tema um drama que chocou o país, e fala em “facadas”, “cuspidas” e de uma série de outras bobagens descabidas que apenas tornam o texto mais caótico e incendiário.
Veja a íntegra da nota:
Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018:
Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos.
É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento.
Falar que não são esses e muitos outros atos violentos mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos concretos e recorrentes.
Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 hora (sic) por dia.